Os eleitores de Londrina, na região Norte do estado, são contra a venda da empresa municipal de telecomunicações Sercomtel. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela Câmara de Vereadores aplicada de 15 a 17 de agosto e que ouviu 720 pessoas em diferentes regiões da cidade. Na mesma pesquisa, os eleitores aprovaram por grande margem a possível criação de uma guarda municipal e a implantação da "Lei Seca" na cidade.
As informações estão na edição desta quarta-feira do JL. A pesquisa indica que 72,2% dos entrevistados são contra a venda da empresa de telecomunicações municipal Sercomtel. Apenas 13,2% das pessoas consultadas optaram pela venda da telefônica 6,8% para iniciativa privada e 6,4% para empresa pública. A pesquisa, realizada pelo Ippeese Pesquisas e Estudos Sócio-Econômicos, de Londrina, fez uma avaliação dos serviços prestados pela Prefeitura e de outros assuntos de interesse público.
O prefeito Nedson Micheleti (PT), que está na iminência de enviar ao legislativo municipal um projeto de lei autorizando a venda da telefônica sem a obrigação do plebiscito, não quis comentar o teor da pesquisa. Nedson também já se pronunciou publicamente contra a implantação da Guarda Municipal e implantação da Lei Seca, assuntos que na pesquisa tiveram forte apelo popular.
Mais vagas
A pesquisa também consultou a população sobre o possível aumento do número de cadeiras no Legislativo municipal, passando das 18 atuais para 21. A maioria dos entrevistados (92,1%) rechaçou esta possibilidade. Saúde tem pior avaliação
Com 38,5% de rejeição, a saúde é o pior item avaliado pela pesquisa entre os serviços oferecidos pela Prefeitura. A conservação das ruas aparece em segundo lugar, com 11,8%, seguida pela limpeza pública, com 10,8%. Trinta e cinco por cento dos entrevistados assinalaram a opção não sabe.
A principal queixa da população quanto à saúde, representando 51% dos entrevistados, refere-se à precariedade do atendimento especializado. O presidente da Câmara Municipal, Sidney de Souza, disse que a falta de medicamentos em postos de saúde também se destacou entre as reclamações. De acordo com a secretária municipal de Saúde, Marlene Zucoli, essas duas queixas já tinham sido diagnosticadas internamente. "Já detectamos que a especialidade é o nó da saúde. Essa é uma responsabilidade do SUS, que atende em hospitais e ambulatórios públicos. Mas estamos tentando resolver isso por meio de um conjunto de ações básicas, com novos exames e aumento do fluxo de fisioterapia, por exemplo".
Os melhores
A pesquisa também avaliou os melhores serviços: outra vez, a saúde ficou em primeiro lugar, com 29,4% de aprovação. A educação aparece logo depois, com 16,7%. Nesse item, 38,6% dos entrevistados não souberam responder.
População aprova guarda municipal
Mais de 85% dos entrevistados acham que a implantação da Guarda Municipal ajudaria a reduzir a sensação de insegurança na cidade. A Lei Seca, que tramita na Câmara, também apresentou forte apelo popular, com 76,4% de aprovação. A pesquisa indicou ainda que a violência é uma preocupação para 72,6% dos entrevistados.
"Esses números refletem o que a população está sentindo e não podem ser ignorados", avaliou o major César Vinicius Kogut, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar. Para ele, o trabalho da polícia seria beneficiado com a implantação da Lei Seca. Ele viveu a experiência por dois anos em Apucarana, onde os índices de criminalidade foram reduzidos durante a madrugada. "A violência doméstica caiu perto de 80% e os acidentes com vítima fatal quase zerou. Também tivemos uma redução grande nos casos de homicídio", informou.
Kogut falou com cautela sobre a polêmica da Guarda Municipal. Para ele, esse assunto é atribuição da Prefeitura, mas acredita que o serviço viria em boa hora. "Tem que ver as condições financeiras para implantar, me parece que o negócio é caro. Não tenho experiência de trabalho com guarda municipal, mas ajudaria nosso trabalho".
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