Brasília (Folhapress) Pesquisa Sensus divulgada ontem traz o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dez pontos porcentuais à frente do prefeito José Serra em um eventual segundo turno, mas foi comemorada com cautela pelo Palácio do Planalto, cuja avaliação é que a oposição deverá subir o tom das críticas ao PT. Já os tucanos pedirão uma auditoria da pesquisa, suspeitando de eventual manipulação.
Encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), a pesquisa confirma a retomada da popularidade de Lula ao período pré-crise do mensalão. O petista tem 47,6% das intenções de voto em um eventual segundo turno contra Serra, que tem 37,6%.
No levantamento passado do Sensus, de novembro, o tucano liderava com quatro pontos à frente do petista 41,5% a 37,6%.
Na pesquisa realizada entre os dias 6 e 9 passados, com 2000 entrevistados de 195 municípios das cinco regiões do país, a avaliação positiva do governo avançou de 31,1% para 37,5%.
No mesmo intervalo, entre novembro e o início deste mês, a análise negativa da gestão petista recuou oito pontos. Agora está em 21,4%.
A margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
Assim como já havia sido detectado no início deste mês pelo Datafolha, o presidente avançou por conta do apoio de estados do Nordeste, de setores de baixa renda e da camada da população menos escolarizada.
De acordo com a CNT, um dos motivos do crescimento de Lula está no surgimento a partir de agora dos resultados de ações do governo.
E no momento em que o PT afirma ter ultrapassado a crise política, a retomada do fôlego do petista também aparece em sua avaliação pessoal.
Segundo a pesquisa, 53,3% dos entrevistados aprovam o desempenho pessoal de Lula sete pontos porcentuais a mais do que no levantamento anterior. Já o índice dos que o desaprovam caiu um pouco acima do limite da margem de erro de 44,2% para 38%. Hoje, no Nordeste, a diferença entre os que aprovam e desaprovam a figura de Lula é a mais alta do país 64,3% contra 26,8%.