São Paulo O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que a reforma ministerial não começará tão cedo. O Planalto vinha afirmando que o troca-troca de ministros seria iniciado logo depois das eleições no Congresso, realizadas quinta-feira.
Ontem, Lula disse durante visita a uma estação de tratamento de esgoto em Campinas (SP) que não tem pressa para começar a reforma ministerial. Sem dar prazo para as articulações, Lula afirmou que "em algum momento" vai negociar a indicação de nomes para os cargos de primeiro escalão. "Em algum momento eu vou começar a chamar os partidos políticos e discutir as mudanças que tenho de fazer no governo", disse Lula.
O presidente acrescentou que tem conversado com os partidos e que as discussões até o momento são positivas, mas evitou mencionar nomes e cargos. O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, já afirmou essa semana que deixará o cargo na próxima segunda-feira. O nome de Tarso Genro, ministro de Relações Institucionais, tem sido ventilado para o cargo.
Essa é a quarta vez que o presidente Lula adia o anúncio da reforma ministerial. Passada a eleição, ele havia prometido anunciar a nova equipe até meados de dezembro. O anúncio ficou para o Natal e foi adiado para depois das eleições no Congresso.
Lula minimizou o desgaste provocado na base aliada pela disputa entre entre Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) pela presidência da Câmara dos Deputados. Chinaglia acabou superando Aldo no segundo turno da eleição.
"A base (governista) volta a se reunir, não tem ferida, se houver alguma rusga por conta da disputa ela será consertada pela nossa tradição de convivência democrática", afirmou o presidente.
Para Lula, a relação entre Chinaglia e Rebelo é "histórica" e não será prejudicada pela disputa.
Sobre apoio aos projetos do Executivo na Câmara, Lula teorizou: "Se considerarmos a somatória dos votos do primeiro turno (de Aldo e Chinaglia), esse é o potencial de votos de que temos dentro da Câmara dos Deputados."