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Lançamento de site de checagem do governo ocorre dias após Lula dizer, sem provas, que investigação da PF sobre plano de atentado do PCC era “armação” de Moro
Lançamento de site de checagem do governo ocorre dias após Lula dizer, sem provas, que investigação da PF sobre plano de atentado do PCC era “armação” de Moro| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (27) o lançamento de uma plataforma de checagem de informações a ser mantida pelo governo federal. O anúncio foi feito nas redes sociais por Lula e pela Secretaria de Comunicação do governo. "O Brasil sofreu muito com mentiras nas redes sociais nos últimos anos. Precisamos fortalecer uma rede da verdade", escreveu Lula.

O lançamento da ferramenta ocorre três dias depois de o próprio presidente dizer, sem provas, que uma operação da Polícia Federal que debelou um plano contra o senador Sergio Moro (União-PR) era uma "armação".

A plataforma, denominada "Brasil contra Fake", tem como objetivo selecionar notícias com potencial desinformativo que possam prejudicar membros do governo, ou que estejam relacionados a temas de interesse do Executivo, e contrapor com a versão "oficial" do governo.

Um vídeo institucional foi divulgado com o lema "Quem espalha fake news, espalha destruição". "Este é um chamado para nos unirmos contra o ódio espalhada pelas fake news, informações falsas que podem destruir a democracia, e mais do que isso, destruir famílias, reputações, vidas", diz a campanha.

No site recém-lançado, consta o passo a passo para denunciar conteúdos de cada uma das redes sociais, mas não há detalhamento sobre o que pode ser enquadrado como uma notícia falsa. Entre as notícias de checagem publicadas no site aparecem algumas como: "É falso que governo Lula mandou desligar bombas do São Francisco" e "É falso que imunizados contra a gripe recebem vacina bivalente contra Covid sem saber".

Esta não é a primeira iniciativa do governo Lula para determinar o que é ou não fake news. Em janeiro, a Advocacia-Geral da União (AGU) criou uma estrutura destinada ao combate à desinformação, mas a proposta ainda está em análise, após receber uma enxurrada de críticas.

Críticas a plataforma

A iniciativa do governo Lula tem sido criticada pela oposição, em especial pelo fato de o anúncio do lançamentro da plataforma ocorrer três dias após Lula dizer, sem provas, que a operação da Polícia Federal que debelou um plano contra o Moro e outras autoridades ligadas ao combate ao crime organizado seria uma "armação".

Um dos críticos da medida, o deputado federal Deltan Dallagnol (Pode-PR) publicou na tarde desta segunda-feira um vídeo editado da campanha do governo sobre a plataforma de checagem com trechos de diversos discursos de Lula com declarações falsas ou com discurso de ódio.

“Eu cansei de viajar o mundo falando mal do Brasil. Era bonito a gente viajar o mundo falando ‘no Brasil tem 30 milhões de crianças de rua’. A gente nem sabia, ‘tem não sei quantos milhões de abortos’. A gente ia citando números, sabe? Se o cara perguntasse a fonte a gente não tinha, mas a gente ia citando números”, diz Lula em um dos trechos mostrados. Nas declarações, ele se diverte confessando que, em Paris, inventou dados sobre o número de crianças que moravam nas ruas Brasil afora. Na ocasião, Lula chegou a dizer que havia 25 milhões de crianças sem lar no país.

Outro a se manifestar de forma crítica ao lançamento da ferramenta foi Fabio Wajgarten, ex-secretário de Comunicação Social de Jair Bolsonaro. "A campanha do Governo Federal “Brasil contra Fake” justamente na semana em que o PRESIDENTE comete fake news é uma surra na cara dos brasileiros", declarou

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