Brasília O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fazer um apelo para que o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo, desista de disputar o comando da Câmara. Na tradicional reunião com ministros da coordenação política, ontem pela manhã, Lula afirmou que o Planalto trabalhará pela unificação da base aliada. Pouco depois, o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, disse que a candidatura de Chinaglia "não é uma coisa inamovível" e admitiu a possibilidade de o partido sair do páreo.
"O deputado Chinaglia é um nome muito bom, que está submetido à coalizão. Achamos que ele pode ser presidente da Câmara, mas não é uma coisa inamovível. Isso ficou claro desde o momento em que foi lançada a sua candidatura. Outros nomes poderão surgir. Essa idéia de que o PT tinha complicado, tinha melado (a sucessão na Câmara) não é verdadeira", insistiu Garcia.
A eleição na Câmara e no Senado, em fevereiro de 2007, será o principal assunto da conversa de Lula com o Conselho Político do governo, marcada para hoje. Oito partidos da base de sustentação do Planalto (PT, PMDB, PSB, PC do B, PRB, PDT, PR e PV) foram convidados para o encontro e o presidente aproveitará a oportunidade para pedir o fim da disputa entre os aliados. Lula defende a recondução de Aldo Rebelo (PC do B-SP) à presidência da Câmara e de Renan Calheiros (PMDB-AL) ao comando do Senado.
Para o governador do Acre, Jorge Viana (PT), o fato de os partidos da coalizão apresentarem mais de um candidato é "um grave problema" porque mostra precipitação, racha e repetição dos erros do passado. "É um péssimo exemplo para a coalizão", destacou Viana. "A gente não pode começar errado e a sucessão no Congresso será o primeiro desafio do Conselho Político."