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Recursos Presidente diz que não deixará dívidas para sucessor

Brasília – Durante a reunião com o novo ministério, Lula deixou claro que não vai querer discutir mais recursos para as pastas. No pronunciamento durante o encontro, ele disse que não quer deixar dívidas para o sucessor. "Sempre que melhora a situação, aparece gente para dizer que agora dá para gastar", reclamou.

"Não vou fazer isso, vamos manter a mesma sobriedade de antes, pois o controle é sagrado, a inflação atinge os mais pobres", completou. Ele lembrou que em 2003 o governo decidiu "gastar o capital político" que tinha ganho nas eleições do ano anterior. "Foram medidas duras e desgastantes, mas valeu a pena o sacrifício."

A portas fechadas, o encontro foi uma espécie de "posse coletiva" em que o presidente apresentou um balanço dos primeiros quatro anos de governo, com resultados obtidos na economia e na redução da desigualdade social. Franklin Martins disse que a reunião serviu "para botar os ministros novos no time antigo".

Ele disse que a reunião, nas palavras do próprio presidente, serviu para as pessoas se conhecerem. O presidente Lula encerrou a reunião ministerial perto das 14 horas, falando que tinha de ser rápido porque tinhas outros compromissos em sua agenda.

Brasília – Na primeira reunião ministerial de seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou ontem que o governo não vai "soltar as rédeas" dos gastos públicos e sinalizou que não quer caça aos técnicos petistas nos ministérios entregue aos aliados. Ao se reunir no Palácio do Planalto pela primeira vez com a equipe ministerial do segundo mandato, ele defendeu gestões controladas, pediu um planejamento econômico até 2022 e recomendou aos novos ministros que mantenham "técnicos" indicados por outros partidos nos cargos, pois não teria entregue as pastas com porteira fechada. "Todos temos de entender que não existem políticas de ministro, existem apenas políticas de governo, boas ou más", afirmou.

Um dos participantes do encontro, o ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social, relatou que o presidente pediu "espírito de governo de coalizão". Martins disse que Lula foi "elegante" em não citar nomes. O presidente teria deixado claro que em um governo de coalizão não existe a possibilidade de cada ministro indicar todos os nomes para primeiro e segundo escalões.

"Não é porteira fechada", explicou o ministro de Comunicação Social. Na semana passada, o presidente já havia mandado um recado ao novo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para não demitir pessoas ligadas ao PT e à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Antes de posar para a fotografia oficial da nova equipe, Lula baixou regras de convivência. "Ministro não critica ministro publicamente, apenas se discute", orientou o presidente, que no primeiro governo foi surpreendido com uma série de divergências entre ministros. "O governo se move com solidariedade interna", pregou.

Outros países

Lula também recomendou que os ministros sejam cuidadosos ao fazer declarações envolvendo outros países. Nas últimas semanas, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, causou polêmica ao criticar o modelo de comunicação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O cuidado nas declarações, segundo assessores, também poderia ser um recado para ministra da Promoção Racial, Matilde Ribeiro, que causou constrangimentos ao governo na semana passada ao afirmar que insulto a brancos não era racismo. Matilde, assim como Gilberto Gil, da pasta da Cultura, foram as duas únicas ausências na reunião da equipe de Lula, que conta agora com 35 ministros. Matilde está no Senegal e Gil, de licença.

O presidente manifestou a vontade de enviar uma proposta para o Congresso Nacional ou para a sociedade para ser discutido um planejamento para o país até o ano de 2022. A idéia seria debater com a sociedade "o que ela quer ser" no ano em que o país completará 200 anos de independência.

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