Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu ontem, durante reunião com representantes do setor aéreo, um prazo, com data e hora, para o fim da crise nos aeroportos do país. Lula reuniu-se durante a manhã com o ministro da Defesa, Waldir Pires, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, com o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), José Carlos Pereira, e com o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi.

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Segundo o presidente, a solução para a crise nos aeroportos "é prioridade zero". Ele disse que não existe mais explicação para o caos nos aeroportos, e que agora é o momento de se encontrar uma solução.

Na avaliação do presidente, não se trata apenas de um problema dos controladores. "Este é apenas um item. Mas tem muito mais coisas. Tem falhas e muitas falhas. Um fica culpando o outro", afirmou o presidente Lula, em entrevista.

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Para o presidente, "a culpabilidade é das pessoas que tomam conta dos aeroportos". Na entrevista, Lula afirmou que durante a reunião exigiu um diagnóstico preciso. "Um bom médico só pode acertar se tiver um diagnóstico. Não adianta ficar culpando um ou outro. Temos de resolver. Temos de dar uma solução para o caso", disse.

Para o presidente, a crise no setor aéreo começou com o aumento de 20% do movimento do turismo no país, a saída da Varig do mercado e agravada pelo acidente aéreo com o Boeing da Gol, que matou 154 pessoas e que amanhã completa seis meses.

Apesar da cobrança do presidente, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, ontem disse, em entrevista à Rádio Gaúcha, que a estatal ainda não tem previsão para que os problemas que afetam o setor aéreo do país sejam resolvidos.

A terça-feira foi relativamente tranqüila nos aeroportos do país. Dos 1.331 vôos programados até as 18 horas, apenas 75 (5,6% do total) tiveram atraso superior a uma hora. O equipamento que permite pousos em situação de neblina do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), ontem estava consertado e o terminal operou normalmente.