Brasília O presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva pretende começar seu segundo mandato, em 2007, indicando pela primeira vez uma equipe ministerial definida basicamente por seus critérios de escolha, sem grande interferência de aliados ou dirigentes partidários. As mudanças no primeiro escalão se tornaram rotina desde que o presidente assumiu em 2003. A partir de 2007, o quinto ano de seu governo, Lula terá a quinta equipe ministerial, na média de uma por ano.
Para interlocutores, o presidente diz apostar que essa equipe vai durar mais tempo e apresentar melhores resultados de gestão do que as anteriores. O motivo é simples: nas composições ministeriais anteriores, Lula sempre atendeu a sugestões de auxiliares influentes, como os ex-ministros José Dirceu, da Casa Civil. Agora, o próprio presidente tomou a frente dessas negociações. E já avisou que fará os convites que considerar convenientes para o bom andamento do governo, independentemente disso provocar contrariedades até mesmo dentro de seu partido, o PT.
Assim, o presidente caminha para escolher um ministério com menos espaço para abrigar petistas e com mais vagas para partidos aliados, como PMDB, PP, PTB, PR (antigo PL), PSB, PC do B e PV. Nessa nova composição, Lula estuda mudanças surpreendentes. Pode trocar ministros considerados "imexíveis" até então, como a petista Marina Silva, do Meio Ambiente, e entregar pastas como a da Agricultura para antigos adversários políticos.
A extensão de mudanças no perfil da próxima equipe ministerial poderá abrir espaços para velhos opositores do PT. Talvez seja o caso da provável opção pelo ex-deputado Hugo Biehl (PP-SC) para ocupar o Ministério da Agricultura. Essa é uma indicação aprovada pelo ex-governador e ex-senador de Santa Catarina Esperidião Amin (PP), que passou anos em briga aberta com os petistas, especialmente nas sessões do Senado. Na última eleição a oposição ao governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), aproximou Amin do PT local, com quem fechou uma aliança política.
Na Justiça, o presidente não conta mais com o ministro Márcio Thomaz Bastos, que lhe comunicou sua decisão de se afastar do posto antes mesmo do término da eleição. Por conta disso, o presidente caminha para escolher o atual ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, para substituir Thomaz Bastos.
A saída de Genro abre também uma posição importante no Ministério de Relações Institucionais. O escolhido para o posto deverá ser o ex-governador do Acre Jorge Viana (PT), que já tem, inclusive, ajudado nas articulações políticas do governo.
Lula já decidiu que suas indicações seguirão sua sensibilidade para avaliar o momento político e tendo como foco central a escolha de auxiliares que possam ajudar o governo a produzir finalmente o crescimento da economia até 2010. No primeiro mandato, o governo produziu números medíocres de crescimento, que serviram como arma para os ataques da oposição. Agora, a palavra de ordem é crescimento.
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora