Governador Valadares, MG – Em discurso de aproximadamente 30 minutos para um público de cerca de 1,5 mil pessoas, reunidas em Governador Valadares (MG), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem a defender os programas sociais, principalmente o Bolsa-Família – programa já atendeu 11 milhões de famílias e 44 milhões de pessoas. Lula disse que o lema do seu segundo mandato será "desenvolvimento com distribuição de renda e educação com qualidade".

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O presidente respondeu às críticas da oposição que qualificam estes programas como esmola e assistencialismo: "De vez em quando, eu recebo críticas de que o Bolsa-Família é esmola, de que o Bolsa-Família é assistencialismo. Como esse que vos fala já passou fome, eu sei que para aquele que toma café, almoça e janta todos os dias, talvez o Bolsa-Família seja assistencialismo. Mas não para uma mãe que pega R$ 70 ou R$ 75, vai ao supermercado e compra comida para levar para casa. Se isso for assistencialismo, eu vou fazer muito assistencialismo neste país, porque eu vou continuar cuidando do povo pobre".

"Saia-justa"

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dividiu o palanque com dois personagens que provocaram constrangimento: o deputado João Magno (PT-MG), um dos mensaleiros beneficiados pelo dinheiro do valerioduto, e o candidato a senador Newton Cardoso, alvo habitual de críticas dos petistas mineiros e até mesmo de integrantes de seu partido, o PDMB. O previsto inicialmente era a adoção do novo formato bolado para os comícios de Lula, com dois palanques. Num deles, ficaria o presidente candidato à reeleição e seus principais aliados na disputa no estado. No outro, seriam abrigados deputados federais deputados estaduais e prefeitos.

A justificativa oficial era de que o palanque principal ficaria muito cheio. O verdadeiro objetivo, porém, era justamente evitar que Lula pedisse voto ao lado de sanguessugas, mensaleiros ou outros políticos envolvidos em escândalos. Só que o palanque principal ficou vazio e os deputados federais acabaram sendo convidados a reforçá-lo.

Foi a invenção do chamado "palanque dos excluídos" que provocou o esvaziamento do comício, pois parlamentares e prefeitos tinham sido informados com antecedência do novo formato – e muitos, contrariados, preferiram não aparecer. Um dos ausentes, que não quis não se identificar, disse que a separação representava uma "humilhação".