Brasília – O governo não aceitará mudanças na proposta de reajuste do salário mínimo, acertado com as centrais sindicais em R$ 380. O aviso foi feito ontem pelo próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia em que governo e centrais assinaram o acordo sobre o reajuste. "Não se preocupem que eu veto. Se alguém tentar extrapolar o limite do que foi acordado não tenham dúvida de que eu veto, como vetei antes das eleições, a demagogia daquele aumento que quiseram dar", afirmou o presidente.

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Antes das eleições, Lula teve de vetar o reajuste de 16% para os aposentados que recebiam acima do salário mínimo, concedido pelo Congresso. O acordo de 2005 com as centrais sindicais previa o reajuste do mínimo para R$ 350 e 5% para os demais aposentados, o que o Congresso mudou, passando para 16% – mesmo índice do mínimo e que o presidente vetou. Desta vez, o presidente diz esperar que o acordo feito com as centrais seja cumprido, mas que, se não for, não terá problemas para vetar as mudanças.

Lula voltou a falar na necessidade de fazer reformas, algo que não admitia logo após ser eleito. Mas garantiu que não apresentará um pacote pronto, preparado apenas pelo governo. "É preciso que a gente tenha coragem de fazer as coisas que nós ainda não fizemos, porque fazer a mesmice qualquer um faz, fazer as coisas diferentes é o desafio que está colocado para nós. E eu vou dizer para vocês uma coisa: nós vamos ter que discutir reformas", afirmou.

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A intenção do governo, explicou, não é preparar uma proposta unilateral e enviar ao Congresso, mas construir uma proposta junto com os movimentos sociais. "Vamos sentar, vamos colocar as nossas diferenças em torno de uma mesa e vamos tentar discutir, depois de um diagnóstico muito correto, quais são as soluções que cada um de nós quer deixar para os nossos filhos no mundo do trabalho e da previdência social", disse Lula.