Brasília O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou ontem, após reunir-se com o PMDB e conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o "governo de coalizão" deve estar definido dentro de um mês.
"A partir daí, o presidente já vai elaborando na sua cabeça e discutindo a formação do seu Ministério", disse.
O "governo de coalizão" envolve três pilares: apoio maciço dos partidos da base, com no mínimo 80% dos votos da sigla em votações importantes na Câmara e no Senado, divisão dos ministérios em função da força de cada partido no Congresso, e participação num "conselho político", que seguirá e direcionará ações do governo.
Até agora a coalizão reúne PT, PSB e PC do B. O PMDB deve se juntar em breve, assim que formalizar sua decisão de aderir ao governo. Também discutem entrar na "coalizão" PV, PP, PL e PDT.
"Porteira fechada"
Em troca do apoio, as siglas terão ministérios com "porteira fechada" poderão nomear todos os integrantes. O texto apresentado hoje ao PMDB, com a "agenda mínima de coalizão", será o ponto de partida para entrar no governo.
Lula cobrará dos partidos aliados que participarem da coalizão que se responsabilizem pelas áreas que administrarem.
A mesma agenda mínima da aliança apresentada ao PMDB foi entregue ontem ao PT e será repassada às demais siglas aliadas que vierem a participar do acordo. A expectativa do Poder Executivo, segundo Genro, é de que o pacto inclua pelo menos sete agremiações. Há ainda a possibilidade do PDT decidir pelo apoio ao governo.
Ele destacou que a montagem de uma coalizão é um processo bem mais lento e complexo que o simples preenchimento de um Ministério. A expectativa de Genro é de que, até o início de dezembro, todos os partidos aliados tenham uma definição institucional de participar do governo.