Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou ontem que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, devem ser mantidos em seu segundo mandato. Lula não foi afirmativo, mas deu um forte sinal dessa tendência em resposta a uma pergunta direta feita por um jornalista que abordou o tema durante almoço oferecido no Itamaraty ao presidente do Peru, Alan García. "Não tenho motivo para mexer. Mexer por quê? Para mim está bom", disse Lula, que sinalizou também com a manutenção da política econômica.

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Antes do almoço, o presidente já dera a mesma indicação durante audiência concedida no Palácio do Planalto ao governador do Acre, Jorge Viana (PT), que estava acompanhado por seu sucessor recém-eleito, o também petista Binho Marques. "Presidente, acho que a sua vitória nas urnas deveu-se em parte à política econômica. O povo a aprovou", disse Viana a Lula.

"Discordo de muitos companheiros do PT que, achando que perderiam a eleição, pediram mudanças na política econômica e a saída de determinados auxiliares, só para tentar obter votos. Está claro que eles erraram, pois 60% da população aprovaram o seu governo." O presidente respondeu que concordava com o governador.

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"Desobstrução"

Durante o evento no Itamaraty, Lula afirmou estar menos aflito com a montagem da equipe do segundo mandato do que com a procura de iniciativas capazes de "desobstruir alguma coisa na área da infra-estrutura, na área fiscal, para que a gente possa começar o ano dando um salto de qualidade". O presidente completou: "Somente depois de fazer o que for preciso (nas áreas fiscal e de infra-estrutura) é que vou começar a pensar em que governo teremos no próximo ano."

O presidente pretende conversar com os governadores eleitos e prefeitos para fechar projetos de desenvolvimento econômico para o país, em todas as regiões. "Ainda em dezembro quero fazer um pacote com obras – principalmente estradas, melhoria de portos, cronograma de ampliação de aeroportos e usinas hidrelétricas – e de desoneração do setor produtivo", afirmou.