São Paulo O coordenador da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marco Aurélio Garcia, sugeriu ontem que, se reeleito, o presidente não vai conceder aumentos significativos para o funcionalismo público nos próximos quatro anos.
Na contramão do que tem pregado o presidente e até do que consta no programa de governo lançado por ele para os próximos quatro anos, Garcia disse que "é evidente que vai ter cortes de gastos" e citou os salários dos servidores como uma das fórmulas para diminuir as despesas públicas.
"Fizemos alguns reajustes importantes, no que diz respeito aos salários, que vão nos dar hoje uma situação mais equilibrada, no que diz respeito aos reajustes futuros. Não precisaremos dar os pinotes que foram necessários para, entre outras coisas, atender à necessidade do nosso funcionalismo público", justificou o coordenador.
Em entrevista ao jornal "O Globo", o presidente afirmou que "não é preciso ter cortes de gastos para fazer investimentos". O Orçamento que encaminhou ao Congresso prevê aumento de gastos em 2007 de 9,5%.
Garcia citou ainda uma melhor gestão do dinheiro público, com a utilização de pregões eletrônicos, e a queda da taxa de juros, como outras medidas que permitirão a redução do gasto público.
"Um dos elementos que mais onera o gasto público é a taxa de juros. A taxa vem caindo progressivamente, vai cair até num ritmo mais acelerado e, assim sendo, vamos ter a possibilidade de viabilizar esse corte no gasto público que está aí anunciado", disse.
Impostos
Sobre redução de impostos, Garcia indicou que, se ocorrer, será pontual. "A carga fiscal brasileira está perfurada por uma série de isenções que estão beneficiando justamente os setores que vão permitir o crescimento da economia", observou.
O coordenador reiterou que a expectativa para o próximo ano com essa receita menos gastos com funcionários, redução dos juros e melhora dos gastos públicos é de crescimento de 5% do PIB ou mais. "A questão fundamental é que estamos hoje com condições reunidas para o crescimento da economia, que vai ser de 5% ou mais. Isso significa um aumento de arrecadação que vai nos permitir tomar medidas mais criteriosas no que diz respeito à carga fiscal brasileira", pontuou.
Garcia classificou como "uma pergunta malandra" o questionamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o motivo de Lula não ter revisado as privatizações durante seu mandato, se considera que foram prejudiciais ao país.
"A revisão é um processo muito complexo, com impactos muito fortes na economia brasileira. Achávamos que não deveríamos tomar iniciativas desse tipo. É o mesmo que dizer: se foram contra a morte, por que não tentaram ressuscitar?", disse. "É uma pergunta malandra. Não é o caso de se discutir a reestatização", emendou.
O coordenador disse que mais do que as privatizações, o presidente Lula questiona a forma como foram feitas e o destino dos recursos arrecadados. "Dados do BC (Banco Central) indicam que US$ 71 bilhões foram arrecadados. O valor seria suficiente para resolver a situação fiscal do Estado brasileiro. No período do ex-presidente, a situação não foi resolvida, como foi agravada", criticou.
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