Longo prazo - Governo vai recriar secretaria de Mangabeira Unger
Sem cargo desde a rebelião do PMDB do Senado, na semana passada, o filósofo Roberto Mangabeira Unger retornará à Esplanada por decreto do presidente Luiz Inácio da Silva, que criará o Ministério Extraordinário de Assuntos Estratégicos.
A decisão foi tomada ontem pelo presidente em reunião com os ministros que compõem a coordenação política do governo. A possibilidade de Mangabeira voltar por um decreto era tida como a mais provável pela equipe técnica que analisou o caso. Faltava, entretanto, que o presidente "batesse o martelo".
O decreto só sairá no "Diário Oficial" depois que o Senado publicar o ato declaratório, oficializando a decisão do plenário do Senado que, que na semana passada derrubou a medida provisória que criava a secretaria para Mangabeira e outros 660 cargos de confiança na administração.
Sob o guarda-chuva do novo ministério extraordinário, ficarão as estruturas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Núcleo de Estudos Estratégicos (NAE).
Mas, como o Poder Executivo ainda não conseguiu resolver o imbróglio relativo à criação dos cargos, funcionários públicos de outras pastas serão remanejados para ajudar Unger a pensar o Brasil de 2022 objetivo inicial da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo da Presidência. Não se sabe, porém, quais repartições serão escaladas para emprestar funcionários públicos.
A Casa Civil, o Ministério do Planejamento e a Advocacia-Geral da União (AGU) também estudam como fazer para recriar os 660 cargos de confiança que evaporaram com a rejeição da MP.
Brasília Na reunião com o Conselho Político (do qual participam todos os líderes da base aliada ao governo) na tarde de ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a comandar a interlocução do governo com sua base no Congresso. Ele disse não querer dramatizar a derrota da semana passada (quando a MP que criava a Secretaria Nacional de Longo Prazo foi rejeitada pelo Senado), mas deixou claro que não entendeu a reação do PMDB na Casa e afirmou não ter recebido reivindicação de cargos e emendas de senadores peemedebistas.
"Não existe demanda de nenhum senador sobre minha mesa", teria dito Lula, de acordo com o líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), e outros deputados presentes ao encontro.
O presidente acertou a votação em segundo turno na Câmara da prorrogação da CPMF na semana que vem e deu um recado: não está disposto a alimentar fissuras em sua base, mas também não quer sofrer pressões. De acordo com relato de deputados que participaram do encontro, depois de comentar o "excelente desempenho" da Câmara ao aprovar a prorrogação da CPMF em primeiro turno, Lula acertou a desobstrução da pauta para liberar a votação em segundo turno da medida, na próxima terça ou quarta-feira.
Após a fala do presidente, o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), pediu a palavra e negou que a motivação da reação do PMDB tenha sido por falta de atendimento aos pedidos do partido. Segundo ele, o que faltou foi diálogo e mais explicações sobre a MP. Raupp reclamou ainda que Mangabeira Unger nunca foi ao Congresso para conversar e negociar a aprovação da MP e explicar seu trabalho.
Segundo líderes que participaram do encontro, Lula teria prometido mais diálogo com o Congresso e um debate maior sobre as medidas provisórias encaminhadas. As insatisfações e demandas específicas dos partidos não teriam sido discutidas com o presidente. O líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), chegou ao Palácio afirmando que reclamaria sobre o atraso nas indicações da legenda a postos no segundo e terceiro escalões do governo. Na hora H, no entanto, preferiu calar-se.
Jantar
Em mais um movimento para refazer pontes, o presidente Lula receberia ainda na noite de ontem líderes da Câmara para um jantar no Palácio da Alvorada. Hoje, pode repetir o evento, mas com o PMDB. O líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (PT-RJ), diz que o jantar pode ser uma oportunidade para dizer ao presidente que os deputados e senadores do partido gostariam de ter mais encontros com ele.
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