Brasília O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e a deputados aliados que trabalhem para evitar a instalação de uma CPI do apagão aéreo. Parte da base governista, insatisfeita com a eleição de Chinaglia e com a demora da reforma ministerial, deu assinaturas suficientes para o requerimento de criação.
Lula teme que a CPI, se instalada, transforme-se em trincheira da oposição e dificulte a aprovação de projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento. Aliados disseram a Lula que a CPI pode se transformar em nova "CPI do Fim do Mundo", apelido dado à antiga CPI dos Bingos pelo amplo leque de investigações.
Agora, teme-se que a CPI investigue, por exemplo, o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula que atuou como advogado da Transbrasil e da Varig. Seriam apuradas ainda compras da Infraero na gestão de Carlos Wilson, hoje deputado pelo PT.
São necessárias 171 assinaturas (um terço dos 513 deputados) para apresentação do requerimento. A oposição obteve 211 assinaturas, das quais 113 são de integrantes da base aliada.
Governo e aliados tentam promover retiradas de assinaturas em massa. Chinaglia pode ainda rejeitar o requerimento, dizendo que não existe fato determinado.
O ministro da Defesa, Waldir Pires, disse que a CPI não vai atrasar a definições do governo para o setor. "Iremos lá para esclarecer tudo. Se há uma coisa que eu amo é transparência."