Brasília O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu ontem para acabar com o fogo amigo contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Em reunião com os ministros da área econômica, no Palácio do Planalto, encomendou medidas para acelerar o crescimento do país, sem mudar os pilares da política econômica. Num claro recado aos "desenvolvimentistas", Meirelles estava à mesa e recebeu afagos do presidente, que disse estar satisfeito com o controle da inflação.
Lula também avisou aos ministros que não quer curto-circuito público na área econômica, principalmente agora, na temporada de especulações sobre a montagem do novo Ministério.
Durante o encontro, que durou três horas, o presidente afirmou de forma enfática que os pilares da política econômica, como o orçamento equilibrado, o superávit primário e o regime de metas de inflação, não mudarão. Mais: relembrou que o comando da política econômica é seu e sepultou as pretensões de quem esperava uma guinada na condução da economia, como um corte drástico na taxa de juros.
Enquadrado
Lula pediu um ponto final no debate público sobre os rumos do governo e reclamou da crise aberta pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que declarou o fim da "era Palocci". A referência era à política ortodoxa praticada pelo então ministro da Fazenda, Antônio Palocci. À tarde, depois de ser enquadrado, Tarso foi obrigado a recuar da declaração. Na tentativa de desfazer o mal-estar, o ministro chegou até mesmo a elogiar a política monetária praticada pelo Banco Central.
Do encontro participaram dois ministros da ala "desenvolvimentista": Guido Mantega, da Fazenda, e Dilma Rousseff, da Casa Civil. Também estava presente o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, de uma ala mais "light", e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, identificado como da linha "conservadora".
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