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Reforma ministerial

Lula pede prazo de 48 horas para decidir sobre Balbinotti

Brasília e Curitiba – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem ao PMDB um prazo de 48 horas para analisar se aceitará a indicação do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para o Ministério da Agricultura. Segundo o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), Lula estabeleceu o prazo "para analisar por mais 48 horas essa indicação".

A nomeação de Balbinotti, indicado pelo PMDB, tornou-se incerta após uma enxurrada de denúncias contra o deputado paranaense (veja box). A espera de dois dias para decidir sobre o futuro dele seria o tempo necessário para ver se a imprensa publica, neste fim de semana, novas denúncias contra Balbinotti. Se nada de novo surgir, Lula estaria disposto a bancar a nomeação do deputado.

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), confirmou o prazo estabelecido por Lula. "Houve a denúncia. Ele apresentou a defesa. Faremos a avaliação nas próximas horas." O próprio presidente da PMDB, deputado Michel Temer (SP), disse que o partido "vai verificar até segunda-feira" a indicação de Balbinotti. Apesar de confirmar o prazo, Temer prestigiou o deputado paranaense. "O presidente está mantendo o ministro. Não há dele nenhuma disposição para qualquer mudança", afirmou Temer.

Lula, porém, em solenidade de posse de três novos ministros ontem pela manhã (leia mais em reportagem da próxima página), desconversou quando foi perguntado se manteria Balbinotti no cargo. Disse apenas que "ministro quem escolhe é a gente".

Desconforto

Outros integrantes do primeiro escalão do governo e da base aliada também demonstraram desconforto com a situação de Balbinotti. O vice-presidente José Alencar disse que "todo homem público deve ser rigorosamente transparente" e defendeu que Balbinotti "aja de forma a convencer a sociedade" de que é inocente.

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também não confirmou a escolha de Balbinotti e disse que "está tudo em aberto ainda". O líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), que esteve com Lula ontem, disse sobre Balbinotti que, "a priori, o curso do processo pode concluir que ele é inocente". Mas advertiu: "A existência de um processo demonstra a necessidade de se esclarecer uma questão pendente". O líder avaliou que é ruim assumir um posto tendo de responder a acusações. "O melhor é chegar ao ministério sem ter de dar explicações."

Balbinotti afirmou ontem ter recebido o apoio de políticos do Brasil inteiro. Além de Temer, o deputado elencou os governadores Roberto Requião (PMDB-PR), Blairo Maggi (PR-MT) e deputados paranaenses, como Abelardo Lupion (PFL).

Ao ser perguntado se estava arrependido de ter sido incluído na lista de ministeriáveis, o deputado disse que não. E acrescentou estar "grato" por ser lembrado. Balbinotti também refutou boatos de que a escolha do nome dele não era bem recebida pelos deputados dos partidos da coalizão. "Não acredito que seja isto porque tivemos uma reunião da bancada, com quase a totalidade dos deputados, onde eu obtive o apoio em plenário."

Balbinotti frisou ainda que respeitará qualquer decisão do presidente Lula. "Não estou preocupado com ministério. Estou preocupado com meu nome limpo. Só quero dizer ao Lula e ao Brasil que sou honesto. Se o presidente Lula entender que devo ser seu ministro da Agricultura, farei tudo com muita transparência e muita honestidade, como fiz tudo até hoje, para colaborar com meu país", finalizou.

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