Rio de Janeiro O presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu ontem parte das críticas feitas em carta aberta pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que afirmou faltar "condições morais" para o petista. O tucano também disse que Lula transformou os programas federais de assistência social de "direito do cidadão" em "benesse do papai-presidente".
Lula afirmou que alguns setores da sociedade ficam "incomodados" pelo volume de recursos destinados aos programas sociais em seu governo.
"Saímos de R$ 7 bilhões, que se gastavam com políticas sociais nesse país, para R$ 23 bilhões. (Tem gente que acha) que tem muito mais coisa para se fazer do que cuidar de pobre. Eu acho que não tem nada mais sagrado que um governo gastar com seus filhos", disse ele, em ato onde recebeu apoio formal de uma associação de pastores e bispos da Assembléia de Deus, maior igreja evangélica do país.
O presidente relembrou sua relação com os evangélicos e aproveitou para fazer uma crítica indireta a seu antecessor no Planalto.
Segundo Lula, havia um presidente, "eleito com o apoio dos evangélicos", mas que tinha vergonha dessa relação e que somente se reunia com os religiosos "à noite". "Tem gente que tem vergonha. Estudo tanto, que acha que estar do lado de evangélico é atraso", disse ele, numa provável referência ao fato do ex-presidente FH ter doutorado.
"Um governo como o que estamos fazendo cria muitas vezes certos incômodos em alguns setores da sociedade brasileira", atacou.
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