O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta quarta-feira (28), um decreto e uma medida provisória repassando 6 milhões de hectares de terras da União para Roraima. O repasse equivale a 25% da área total do estado. Segundo ele, o governo está pagando uma "dívida" que tem com Roraima desde a "celeuma da reserva indígena Raposa Serra do Sol". O governador do estado, José de Anchieta Júnior, negou que esteja recebendo uma espécie de recompensa por ter perdido parte do seu território por causa da demarcação da reserva indígena.

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"Estávamos em dívida com Roraima desde a celeuma da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Eu lembro que, ainda em 2004, tinham me apresentado um pacote que era para atender a todas as necessidades", disse o presidente Lula em discurso rápido em cerimônia fechada no Palácio do Planalto.

"Não se trata de uma compensação, são coisas distintas. A questão indígena foi resolvida no Judiciário, está sendo resolvida a nível judicial e esta questão hoje resolvida a nível de terras foi uma questão administrativa. Não se trata de compensação", frisou Anchieta Junior.

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Lula pediu ainda que o processo sobre a Raposa Serra do Sol no Supremo Tribunal (STF) tenha uma decisão rápida. O julgamento foi interrompido em dezembro pela segunda vez, porque o ministro Marco Aurélio Mello pediu vistas do processo.

"Agora está na suprema corte e espero que dentro em breve tenha uma decisão final e como não é garantido a nenhum cidadão vivo desse país entrar com recurso contra uma decisão da suprema corte, espero que ela tome a decisão e defina de uma vez por todas a questão da Raposa Serra do Sol", disse Lula.

O presidente comentou ainda que, em fevereiro, o governo deve anunciar uma medida para facilitar a regularização fundiária em terras da Amazônia Legal. "Possivelmente, no próximo mês estaremos anunciando uma nova medida que é a regularização de terras em toda a Amazônia Legal. E estamos tomando essa medida porque estamos cansados de incertezas, e, para tomar essa decisão, não foi fácil", argumentou o presidente.

Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, afirmou que o governo proporá uma medida provisória ou um projeto de lei ao Congresso para modificar o marco regulatório sobre o tema. Com isso, o governo espera regularizar a situação de aproximadamente 290 mil posseiros na região.

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