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Para FH, presidente precisa fazer uma auto-avaliação

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que as vaias direcionadas ao presidente Lula na sexta-feira indicam a necessidade de uma auto-avaliação por parte dele. Fernando Henrique afirmou ainda que Lula precisa ter mais humildade, e não deve ser arrogante.

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Brasília – Declarando-se "triste" com as vaias recebidas na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos, na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva insinuou ontem que o movimento pode ter sido "organizado" – mesmo argumento usado por petistas e outros aliados. "A única coisa com que eu, particularmente, fico triste é que fui preparado para uma festa. É como se eu fosse convidado para o aniversário de um amigo meu, chegasse lá e encontrasse um grupo de pessoas que não queria a minha presença lá. Eu tenho certeza de que não é esse o pensamento do Rio de Janeiro", desabafou, em seu programa semanal de rádio, o "Café com o Presidente".

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Ele ainda acrescentou que as vaias não mudam "um milímetro" do comportamento dele em relação ao estado. O governo federal bancou R$ 1,8 billhão dos R$ 3,7 bilhões gastos na preparação dos Jogos, sendo que R$ 49,8 milhões foram direcionados para festas relativas ao evento esportivo.

Sem volta

O ministro do Esporte, Orlando Silva, disse que acha pouco provável o presidente Lula voltar ao Rio para assistir ao Pan. "Acho pouco provável. Agenda de presidente não é simples. Ele fez um esforço enorme, ficou feliz com a festa, com a Vila, mas não é simples", disse o ministro.

As vaias, num momento em que pesquisas de opinião dizem que a alta popularidade do presidente está mantida, suscitaram uma troca de farpas entre governistas e oposicionistas. Ontem, o site do PT trazia reportagem intitulada "Vídeo mostra ensaio de vaia a Lula às vésperas do Pan". Nela, o deputado Dr. Rosinha (PT-RJ) disse ver indícios de que a prefeitura do Rio, comandada por César Maia (DEM), buscou "criar um factóide" contra Lula e organizou claque para aplaudi-lo e para vaiar o presidente.

César Maia disse que a prefeitura sorteou somente 300 ingressos, com acompanhante. Segundo ele, o governo federal teve direito a 7.613 ingressos e o estado a outros 800 convites.

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Para Sérgio Cabral, governador do Rio, as vaias parecem ter sido "armadilha". "Não há armadilha montada no Maracanã que tire o amor do presidente Lula pelo Rio. Foi uma parte do público situado à esquerda da Tribuna (de Honra), muito bem localizado, que depois contaminou uma outra parte." A assessoria de imprensa da prefeitura afirmou que na tribuna de honra estavam apenas políticas e autoridades que não vaiariam o presidente.

O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), que esteve ontem em Brasília, disse que as vaias foram "imerecidas". "A vaia é o aplauso da oposição."