Presidente vetou a inclusão de outros conteúdos além da formação geral básica de disciplinas obrigatórias.| Foto: reprodução/Canal Gov
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta (1º) a reforma do Novo Ensino Médio com vetos em duas mudanças propostas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com isso, não haverá alterações na prova, que continuará cobrando apenas as disciplinas da chamada Formação Geral Básica.

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As alterações foram publicadas na edição do dia do Diário Oficial da União (DOU) e, segundo o presidente, contrariam o interesse público e afetariam a progressão dos alunos (veja na íntegra).

Em um deles, Lula vetou a inclusão dos conteúdos dos itinerários formativos no Enem, parte do currículo onde os alunos escolhem áreas específicas para aprofundamento.

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Segundo Lula, a inclusão poderia “comprometer a equivalência das provas, afetar as condições de isonomia na participação dos processos seletivos e aprofundar as desigualdades de acesso ao ensino superior”.

Já o segundo veto foi em função do prazo de implementação da mudança do Enem, definido para 2027. Lula considerou que esse artigo perdeu sentido após o veto anterior.

A cobrança dos itinerários formativos no Enem foi criticada por setores da esquerda, mas outros pontos polêmicos do texto foram mantidos, como a não obrigatoriedade do Espanhol no currículo e a possibilidade de alunos trocarem o tempo de aula por trabalho remunerado ou voluntário.

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A Câmara dos Deputados aprovou em julho a reforma do Novo Ensino Médio, nove meses após a chegada do projeto do Ministério da Educação ao Congresso. A reforma prevê mais aulas de disciplinas tradicionais, como Matemática e Português, mas a demora na aprovação pode atrasar a implementação das mudanças, previstas para entrarem em vigor somente em 2026.

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A reforma estabelece que a carga horária do ensino regular será de, pelo menos, 3 mil horas divididas em dois grupos. A Formação Geral Básica terá 2,4 mil horas de aulas com currículo igual para todos, cobrindo disciplinas como Português, Matemática, Química, Física, História e Geografia, conforme a Base Nacional Comum Curricular.

Já os itinerários formativos, que somam 600 horas, permitirão aos alunos escolher entre áreas como Matemática, Linguagens, Ciências Humanas e Ciências da Natureza. O Conselho Nacional de Educação definirá esses currículos.

Na rede pública, as secretarias de Educação decidirão quantos itinerários serão oferecidos, com a obrigatoriedade de cada escola ter pelo menos dois. Na rede privada, cada instituição terá liberdade para cumprir essa regra.

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