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Não são apenas recursos bilionários que atraem o interesse dos partidos por alguns ministérios, causando um impasse até agora insolúvel na construção do primeiro escalão do governo. Além do dinheiro, programas espalhados por mais de 5 mil municípios, como os do Ministério da Saúde, e obras de grande visibilidade, como as moradias populares do Ministério das Cidades, alimentam a disputa entre os aliados.

Criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro mandato, o Ministério das Cidades está agora no centro da briga entre PT e PP por ser considerado uma alavanca para a sucessão presidencial de 2010.

O atual ministro, Márcio Fortes, não faz esta associação direta, mas reconhece o impacto das ações de sua pasta. "Quando você entrega uma casa ao cidadão, vê o cidadão olho no olho. Quando entrego uma chave da porta da casa, vejo a alegria das pessoas. É um ministério que fala com o cidadão diretamente. E que trata da vida cotidiana, de água, esgoto, de contenção de barreiras, de acesso dos portadores de deficiência, de vias expressas, de regularização fundiária", descreve Fortes, indicado pelo PP, que tenta mantê-lo no cargo. No entanto, está no páreo a petista Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo e um dos nomes do partido para concorrer de novo à prefeitura ou até à Presidência.

Outro ponto de atração do ministério é a proximidade com prefeitos, por causa do grande número de parcerias firmadas diretamente com os municípios. Prefeitos satisfeitos são preciosos cabos eleitorais no futuro. "Temos intensa relação com governos estaduais, prefeituras e com deputados e senadores. Mas sou técnico e minha missão é cumprir a política do governo", diz Fortes.

No caso da Saúde, o fato de as ações estarem espalhadas pelo país quase todo é o grande trunfo que faz o PMDB, atual detentor do ministério, travar uma briga interna pela pasta. Existem ainda programas de grande apelo, como as farmácias populares e atendimento odontológico. Se o ministro for um político com senso de oportunidade, terá chances preciosas de aparecer, seja na entrega de uma ambulância ou aplicando a primeira dose em um bebê nas campanhas de vacinação.

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