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Dez assassinatos

Madrugada violenta quadruplica crimes na Grande Curitiba

Atualizado em 18/1/07 às 17h30

Dez pessoas foram assassinadas na Grande Curitiba na madrugada desta quinta-feira (18). Oito somente na capital e outros dois aconteceram em Campo Largo e São José dos Pinhais, região metropolitana. O número é quatro vezes maior do que se costuma registrar em dias de semana, e equivale ao número de homicídios registrados em um fim de semana. O tráfico de drogas está envolvido na maioria dos casos.

Segundo o delegado Carlos Roberto Bacila, da Delegacia de Homicídios de Curitiba, a madrugada de quinta quase bateu o recorde de assassinatos registrados em uma única noite entre todas as estatísticas da polícia. Em 2005, os policiais chegaram a atender 13 crimes em uma madrugada na capital paranaense. A média de homicídios registrados em uma noite durante a semana não costuma ultrapassar dois casos. "Já no fim de semana, chegamos, em média, a atender sete assassinatos", comenta Bacila.

O registro mais violento das últimas 24 horas foi registrado no bairro Uberaba. Por volta de 0h45, cinco adolescentes andavam em uma rua do bairro quando dois homens armados caminhavam na direção contrária. Ao perceber que eles estavam armados, dois jovens fugiram. Os três - Jonathan de 16 anos, Alan de 15 e Jocemar de aproximadamente 18 anos, ficaram no local e foram mortos com tiros na cabeça. Para Bacila, trata-se de um caso de vingança. "Uma das vítimas tinha furtado a moto de um traficante da região", contou o delegado.

Ainda segundo ele, Jocemar já havia escapado de um atentado no último dia 14, o que pode significar que ele já estava "jurado de morte" pelos assassinos. "Temos algumas pistas e estamos trabalhando para prender os assassinos", completou Bacila. O delegado também alerta que os outros dois rapazes mortos seriam inocentes, que acabaram mortos apenas porque presenciaram o assassinato do amigo. "Muitos inocentes acabam morrendo nesses casos, não envolve apenas o homicídio de bandido contra bandido. Muitas pessoas acabam mortas sem dever nada", assegurou Bacila.

Outros assassinatos

Um outro crime parecido - desta vez um duplo homicídio - aconteceu no bairro Vila Guairá. De acordo com a polícia, duas pessoas foram baleadas quando andavam pela rua. Um motorista de um carro (provavelmente uma Parati) teria encostado o veículo ao lado dos transeuntes e efetuado cinco disparos contra um dos rapazes, e outro tiro contra o seu amigo. Ambos acabaram morrendo no local. "Esse caso já temos algumas pistas, e estamos precisando a autoria", afirmou o delegado.

Mais três crimes foram registrados pela Homicídios nas últimas 24 horas. No bairro Boqueirão, Valdecir da Silva foi chamado nos fundos da sua casa por desconhecidos. Ao sair da residência, acabou recebendo vários tiros e morreu no local. Já na Vila das Torres, quatro tiros mataram Dinarci Cordeiro dos Santos. A autoria em ambos os casos, por enquanto, é desconhecida. Também em Curitiba, no bairro Umbará, os policiais encontraram um corpo amarrado e sem qualquer documento de identificação. Suspeita-se que o homem tenha sido alvo de um assalto. A polícia pede para que as pessoas que tenham algum parente desaparecido que procure a delegacia para uma possível identificação. A vítima foi encontrada em uma vala, trajando calça jeans e uma camisa branca, com inscrições em vermelho e preto.

São José dos Pinhais

Em São José dos Pinhais, Júnior Fernandes dos Santos Soares, de 20 anos, foi agredido por três homens e morto a tijoladas e sete facadas. Segundo a polícia, o crime aconteceu após uma briga em frente de um bar. Um dos autores do crime já foi identificado e está foragido. De acordo com a polícia, seria um vizinho de Soares.

Drogas

Para o delegado Carlos Roberto Bacila, quando o tráfico de drogas e todos os seus malefícios forem reduzidos na capital paranaense, o número de homicídios tende a diminuir consideravelmente. "Sabemos que a maioria desses casos tem ligação, direta ou indiretamente, ao tráfico de drogas. Quando atacarmos melhor esse tipo de crime, certamente o número de assassinatos vai diminuir", assegurou.

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