Se especialistas avaliam que o projeto que torna mais rigorosas as punições para envolvidos em acidentes com morte pode gerar confusão, para quem teve um familiar vitimado pela violência no trânsito a mudança é bem-vinda. A morte da adolescente Giovana Becher ilustra a demora da Justiça nesses casos o que muitas vezes pode levar à prescrição da pena. Atropelada em 4 abril de 2004 em Ponta Grossa, ela morreu dez dias depois do acidente. Os acusados disputavam um racha na ocasião, mas até hoje não foram julgados.
"Ela estava voltando da escola por volta das quatro e meia da tarde, com duas amigas, quando foi atropelada. As testemunhas disseram que o rapaz se negou a ligar para o Siate (Serviço Integrado de Atendimento) dizendo que o celular estava sem bateria. Mas depois ligou para um parente", diz a mãe de Giovana, Irene Aparecida Becher, 51 anos. Segundo Irene, o réu continua dirigindo. "Faz dois anos que esperamos que ele seja preso, mas nada. Acho que nem perdeu a carteira, pois continua dirigindo. Ou está dirigindo sem carteira", afirma.
Juliana Ribeiro, 29 anos, prima da vítima, conta que duas audiências foram realizadas, uma na Vara Criminal e outra na Vara Cível, esta última para estabelecer uma indenização, mas ainda não há nenhum resultado. "Queremos pelo menos que ele seja preso, mas está difícil", diz.