A mãe da brasileira presa na Itália acusada de jogar a filha num rio quer viajar ao país para acompanhar o caso de perto. A menina - de dois anos - ficou mais de uma hora na água gelada e morreu de hipotermia.
A mãe de Simone diz que a filha andava deprimida por causa do fim do casamento com o italiano Michele Favaro, mas não acredita que ela tenha culpa na tragédia.
"Nós temos certeza de que ela jamais iria fazer um negócio deste", diz a mãe de Simone, Márcia Moreira.
Suspeita de jogar a filha num rio, Simone está presa na cidade de Belluno. A menina ainda foi socorrida, mas não resistiu. Ela morreu de hipotermia por ter ficado mais de uma hora na água gelada.
O caso ganhou repercussão. Segundo a imprensa italiana, Simone teria dito à polícia que se distraiu quando passeava com a filha Giuliana e a menina teria desaparecido.
O procurador da província de Treviso disse à imprensa local que Giuliana não teria como passar entre as grades estreitas que ficam às margens do rio, mas as imagens de uma televisão italiana mostram um vão no fim da cerca. No sábado, logo depois de ser detida, foi feito o último contato por telefone.
Vídeos caseiros que estão num site da internet mostram Simone e Giuliana em diferentes momentos, na Itália.
Simone e Michele se conheceram no Rio, em 2006, e foram viver na cidade de Oderzo, no norte da Itália. Há quatro meses o casal se separou, mas a guarda da filha ficou com o pai.
A família que mora na zona norte do Rio de Janeiro quer ir para a Itália acompanhar o caso, mas não tem dinheiro para as despesas e pede ajuda das autoridades brasileira para que Simone tenha um amparo jurídico.
"Desde sábado que eu não tenho notícias dela, não sei como ela está lá, o que está acontecendo, como está o estado dela, uma palavra, não tenho, não sei nada da minha filha", diz a mãe de Simone.
O Itamaraty informou que o consulado do Brasil em Milão está apurando o caso.
Ilze Scamparini conversou com o procurador em Treviso que definiu como gravíssimos os elementos de acusação contra Simone Moreira. Segundo ele o relato da brasileira não é compatível não só em relação ao local em que a filha poderia ter caído, mas também no tempo que ela teria deixado a menina sozinha. Outros detalhes complicariam a situação dela, segundo o procurador.
Simone tinha uma passagem comprada para o Brasil, antes da morte da filha e depois do desaparecimento da menina na beira do rio Simone não foi à polícia e sim a casa de uma amiga. Ela está presa com mais duas pessoas na cela. O interrogatório dela está marcado para quarta-feira.