A mãe do dançarino Douglas Pereira, Maria de Fátima da Silva, afirmou neste domingo (27) que contratou peritos norte-americanos para realizar uma investigação paralela sobre a morte de seu filho, cujo corpo foi encontrado baleado nos fundos de uma creche na comunidade Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.
"Entreguei os documentos encontrados junto ao corpo do meu filho, que estavam molhados. Eles também possuem acesso a todo o caso", disse ela, após o ato de homenagem a DG neste domingo. Maria de Fátima não esclareceu quem são os peritos estrangeiros nem o que a motivou a contratá-los.
Douglas foi encontrado morto nos fundos de uma creche do morro Pavão-Pavãozinho há uma semana. De acordo com o laudo cadavérico, o motivo da morte foi um ferimento a bala. Horas antes de seu corpo ser encontrado, policiais militares sustentam que houve um troca de tiros com traficantes. Já moradores negam que tenha ocorrido o tiroteio e acusam os PMs da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) local de terem executado o jovem.
As investigações estão sendo conduzidas pela 13.ª DP (Copacabana), cujo delegado titular é o ex-chefe da Polícia Civil, Gilberto Ribeiro.
Maria de Fátima, que, na última quinta-feira (24), dispensou um convite para se encontrar com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que gostaria que ele transferisse a investigação para a Divisão de Homicídios. "Não preciso me encontrar com ele, e evitei que ele fizesse do caso uma vitrine política. Mas gostaria que ele transferisse o caso para a delegacia especializada e cobrasse dos peritos empenho", afirmou.
A homenagem ao dançarino começou na avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul da cidade, por volta de 15h. Após caminhar duas quadras, os manifestantes, liderados pela mãe de DG, foram até a rua Barata Ribeiro, e ficaram na frente do prédio onde o dançarino morava.
Alguns integrantes carregam tambores e o grupo alterna cantos em memória de DG e contra as UPPs, além de gritos de "não vai ter Copa" e "polícia assassina".
O protesto foi acompanhado por cerca de 50 PMs e dois carros policiais, que foram hostilizados em alguns momentos, assim como parte da imprensa.
Após rezarem, os moradores voltaram para o morro, distante cerca 500m do prédio onde o dançarino morava.
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