Cascavel O delegado Lino Lopes, da 2.ª Subdivisão Policial (SDP) de Laranjeiras do Sul, no Centro-Oeste do Paraná, requereu a prisão temporária, por 30 dias, da dona-de-casa Lucinda Guimarães, 40 anos, que no último domingo deu a luz a um bebê do sexo masculino e o enterrou em um buraco de tatu. A criança, apesar de ser picada por insetos, conseguiu sobreviver 24 horas dentro do buraco e foi resgatada com vida por vizinhos. Internado no Hospital São Lucas, o bebê deve ganhar alta hoje ou amanhã.
Para o delegado, houve uma tentativa de homicídio doloso e a mulher teria premeditado a ação. Lopes afirma que fez consultas com médicos sobre o caso e está convencido de que a mãe não agiu sob efeito da pressão pós-parto. "Ela (Lucinda) assumiu o risco de resultado de morte, o que caracteriza dolo eventual", completa. Segundo o delegado, a premeditação ficou caracterizada quando ela tentou esconder a gravidez do atual marido dizendo que estava com um cisto de ovário.
A criança abandonada, conforme as apurações da polícia e do Conselho Tutelar, não era filho do atual companheiro de Lucinda. "Quando ela viu que iria dar à luz, foi até o mato, teve o bebê, abandonou e não se arrependeu", frisa o delegado. Para o delegado, o fato de a mulher não ter retornado ao local onde a criança foi abandonada reforça a idéia de premeditação. Lucinda também passou a noite no Hospital São Lucas.
Segunda-feira, Lucinda será submetida a exames em um centro psiquiátrico de Guarapuava. De acordo com o próprio delegado, a mulher faz uso de Diazepam, medicamento para o tratamento dos transtornos de ansiedade. Lucinda é mãe de outros quatro filhos. Um deles, já é casado e tem um filho.
O caso ganhou repercussão internacional. A atitude da mãe e principalmente o milagre da sobrevivência da criança viraram notícia no tablóide inglês Daily Mirror. E tudo por causa da internet. As fotos do resgate da criança foram repassadas pela polícia e começaram a se espalhar pela rede.