"Vai, mete soco na cara. O teu pai está no carro"
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A mãe que incentivou a filha a brigar na saída da escola em Araçariguama, a 53 km de São Paulo, admitiu ter incentivado a filha a bater na outra aluna. Ela disse estar arrependida, mas contou que não pensa ter agido tão errado.
"Incentivei sim, e eu acho que eu estava errada nessa parte. Mas eu acho que qualquer mãe, qualquer pai, que visse a filha no chão, por baixo, ia agitar sim para sair de baixo. O que eu falava, falava mesmo. 'Bate também, dá pesada', porque se apanhar aqui vai apanhar em casa. Eu não criei filha para apanhar na rua", disse a monitora escolar Meire Aparecida Fernandes.
Meire é funcionária da prefeitura da cidade, e trabalha como monitora nos ônibus que transportam os alunos. As imagens da briga, ocorrida fora do estabelecimento de ensino, foram gravadas por um aluno com um celular.
Nas cenas, ela encoraja a filha a bater em uma colega e não permite que pessoas interrompam. "Não entra ninguém. Não vai entrar ninguém. É minha filha. Ela vai resolver", diz a mulher.
A mãe da outra aluna não concorda com a atitude. "Você é mãe como eu sou. Pegasse a sua filha, colocasse dentro do carro e levasse embora. Passasse na minha casa. 'Olha, elas estavam brigando. Eu trouxe a minha filha, dá um jeito na sua'. Porque eu teria feito isso", contou a aposentada Sueli Silvestrin dos Reis.
Investigação
O Conselho Tutelar quer que o Ministério Público investigue o caso. "Nós esperamos que o adolescente aprenda a ter limites, a amar o seu próximo, a ter um bom comportamento, a estudar. De forma nenhuma aprenda a bater. Como será a educação dessa adolescente, que ela está tendo na casa dela?", disse o conselheiro tutelar Marcos Silva.
Segundo ele, a atitude da mãe contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "O poder pátrio dá direito a educar, a pôr a salvo, a separar de más condutas, a tirar de situações de risco. Esse direito, quando infringido, é questionado."
O conselheiro disse que a briga foi motivada por ciúmes. As duas garotas de 15 anos disputavam um rapaz de 23 anos. Silva diz que a menina que foi agredida estava saindo com o jovem, que havia terminado com a outra. Marcos da Silva diz que ainda é preciso colher algumas informações sobre o caso. Mas a mãe pode mesmo perder a guarda e a menina ser encaminhada a um abrigo.
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