• Carregando...

A quadrilha da máfia dos caça-níqueis usava selos que funcionavam como alvará para comerciantes utilizarem as máquinas em seus estabelecimentos. A prática serviu de inspiração para batizar a Operação Alvará, da Policia Federal desencadeada nesta terça-feira (13), no Rio de Janeiro.

A ação resultou na prisão do principal alvo da ação de combate a uma quadrilha de exploração de caça-níqueis, o presidente da escola de samba Unidos de Vila Isabel, Wilson Vieira, conhecido como Moisés. Ele foi detido em casa em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Além de Moisés, oito policiais, entre eles um major da PM, também foram presos. Dos 51 mandados expedidos pela 4ª Vara Federal de Niterói, 29 eram de prisão e, até o momento, já foram cumpridos 18, segundo a PF.

Policiais intimidavam comerciantes

De acordo com o superintendente da PF no Rio, Ângelo Gioia, Moisés atuava em Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, utilizando policiais para controlar a venda de selos para comerciantes, o que funcionava como uma espécie de alvará da quadrilha.

Esses selos eram trocados mensalmente sob a pressão dos policiais para que eles pagassem em dia. De acordo com o delegado Marcos Aurélio Costa de lima, que comandou a operação, cada selo custava cerca de R$ 200.

Segundo a investigação, além de agirem como grupo de intimidação aos comerciantes, os policiais também vendiam informações sobre as operações da polícia.

Polícia apreendeu R$ 386 mil em dinheiroNa operação foram apreendidos R$ 386 mil, duas pistolas e um revólver. Entre os presos estão também dois dos principais articulares da quadrilha: um maquineiro, responsável pela distribuição das máquinas, José Alfredo Vilasboas Filho, conhecido como Alfredinho; e um policial civil, Lúcio Teixeira Tibau. Um outro policial militar, que seria o chefe de segurança de Moisés está foragido.

Alguns dos presos, segundo a polícia, tem participação na diretoria da Vila Isabel. Eles vão responder por contrabando, formação de quadrilha extorsão e corrupção.

Ação não tem relação com atentado, diz PF

A Polícia Federal negou que a ação, deflagrada em Niterói, tenha qualquer relação com o atentado ao bicheiro Rogério Andrade, na semana passada. A PF não quis, também, comentar se outros bicheiros também são alvo da mesma investigação, que teria começado há mais de um ano.

"No momento em que a gente vê o carro de um bicheiro explodir em plena via pública, isso confirma a participação desses banqueiros com o crime, é preciso que a sociedade seja chamada a uma reflexão. As pessoas não tem que entender esse jogo com o uma coisa lúdica. É uma atuação nefasta, que movimenta milhões e, com a corrupção de agentes públicos, alimenta outras práticas criminosas", disse Gioia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]