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Crise

Maior colégio do Paraná tem aulas suspensas após protesto e prisões

Um protesto contra a direção do Colégio Estadual do Paraná (CEP), na manhã de ontem, em Curitiba, terminou com a detenção de dois adolescentes e com a suspensão de todas as aulas pelo restante do dia. Os alunos se dizem insatisfeitos com a postura da diretora-geral do colégio, Maria Madselva Ferreira Feiges, e já fizeram um abaixo-assinado pedindo eleições diretas para o cargo. Ao contrário do que ocorre nos demais colégios públicos do Paraná, a direção do CEP não é eleita por professores, funcionários e alunos. O diretor é indicado diretamente pelo governador do estado.

A diretora, que assumiu a função no início deste ano, já vinha enfrentando problemas de relacionamento com funcionários e professores do colégio. Um grupo descontente chegou a formular um documento com 25 questionamentos contra a atuação de Maria Madselva. Eles afirmam que a diretora é autoritária e questionam algumas atitudes dela. Em um dos pontos, eles afirmam que vários alunos reprovados pelos professores avançaram de ano via ato administrativo da diretora.

O documento, encaminhado à Secretaria de Estado da Educação, também afirma que a direção decidiu passar metade das inspetoras de corredores do colégio para o serviço de limpeza. Com isso, os alunos estariam tendo mais liberdade para faltar aulas e para desrespeitar regras internas. Em agosto, uma bomba caseira foi colocada em um dos banheiros. O estouro fez com que a direção proíbisse os alunos de usar todos os banheiros.

Revolta

Os protestos nesta semana começaram na segunda-feira, quando o secretário de Educação, Maurício Requião, compareceu ao colégio para se reunir com a diretora. Os alunos cercaram o secretário para cobrar mudanças. Maurício teria dito que tem um carinho especial pela instituição e pelos alunos, até porque estudou lá. "Mas depois ele se desentendeu com alguns estudantes, nos chamou de moleques e foi embora", diz uma aluna que não quis se identificar.

Na terça-feira, os alunos fizeram um primeiro protesto e chegaram a adiar a primeira aula da manhã, mas depois o clima ficou mais tranqüilo. Ontem, porém, a situação ficou mais difícil no colégio. Alguns alunos tiveram uma reunião com a diretora e pediram mudanças. Ficaram insatisfeitos com as respostas. Mais uma vez houve protestos. Dessa vez a Patrulha Escolar, da Polícia Militar, foi chamada.

No começo da tarde, um ex-aluno do colégio, que participava da manifestação, teria se exaltado. Segundo a versão da Polícia Militar, ele pegou um extintor e começou a esvaziá-lo. O rapaz teria sido levado para a sala da direção do colégio. Lá, a PM diz que ele desacatou o policial. Nessa hora, além da Patrulha Escolar já havia uma viatura do projeto Povo, também da PM, no colégio. O garoto foi levado para o carro para ser encaminhado à delegacia.

A multidão de alunos, porém, se aglomerou em torno do carro. Os estudantes tentaram impedir que o adolescente fosse levado pela PM. Um dos alunos, que teria tomado as dores do garoto detido, foi igualmente acusado de desacato e levado para a viatura. Ambos foram algemados dentro do carro. Os alunos ainda tentaram impedir que o carro partisse e chegaram a amassar a lataria. Mesmo assim, os policiais deram a partida, afastaram os estudantes e saíram.

Os dois detidos, de 17 anos, foram levados para a Delegacia do Adolescente. No fim da tarde, já estavam liberados e esperavam apenas que seus pais ou responsáveis fossem buscá-los.

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