Cessada a chuva e passada a enchente, o maior medo agora é a água contaminada. Através dela são transmitidas doenças como leptospirose, hepatite A, diarreias e alterações de pele. No caso do Nordeste, a situação piora à medida que cidades continuam sem o abastecimento de água potável. Outra preocupação é com o surgimento de doenças respiratórias devido à aglomeração de pessoas em abrigos.
O Ministério da Saúde anunciou que enviará 16 toneladas de medicamentos e insumos a Alagoas e Pernambuco até hoje. Segundo o órgão, o volume é suficiente para atender 113 mil pessoas em um mês. Entre os materiais estão antibióticos, antibacterianos, antitérmicos, anti-hipertensivos, analgésicos, seringas descartáveis, ataduras e esparadrapo impermeável.
Também 105 profissionais de saúde irão reforçar o atendimento em Alagoas. O ministério diz que a avaliação do governo de Pernambuco foi de que, neste momento, não havia necessidade de reforço. Técnicos de vigilância epidemiológica da pasta da saúde irão prestar assessoria às secretarias estaduais.
Leptospirose
Segundo médicos, a doença mais comum nestas situações é a leptospirose, transmitida pela urina do rato. A contaminação pode ocorrer através da ingestão da água ou pelo contato do líquido com a pele lesionada. Os sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares, náuseas, diarreia e mal-estar. O prazo de incubação é em média de dez dias após o contato com a água contaminada. O período pode chegar a 30 dias, dependendo da situação.
A médica epidemiologista do Hospital de Clínicas da UFPR Suzana Moreira afirma que 10% dos casos de leptospirose podem evoluir para a forma grave da doença, com insuficiência renal e respiratória e icterícia.
Outra preocupação é com a dengue, pois o entulho acumulado nas áreas atingidas pela enchente pode se tornar criadouro do mosquito transmissor da doença. Suzana explica que, se não há dengue na área atingida, a enchente não irá trazer a doença. "Se você já tem a dengue no local e vai ter mais poços da água, poderia ter mais casos."
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