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Segurança

Maior parte está detida por relação com droga

De acordo com a OAB-PR, cerca de 90% das presas do Paraná estão relacionadas de alguma forma ao tráfico de drogas. Muitas vezes, porém, a presa não usa nem vende entorpecentes. "Se a Polícia Militar invade uma casa e encontra algo ilegal, leva todo mundo preso, mesmo que não tenha relação com a droga", diz Isabel Kugler Mendes, secretária da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PR. Por esse e outros motivos, 70% das presas são primárias – foram capturadas em seu primeiro delito.

A legislação terapêutica obriga o Estado a ofertar tratamento para pessoas dependentes de drogas. "Teoricamente, essas mulheres não deveriam estar nas cadeias. Teriam de ser encaminhadas para o tratamento terapêutico", diz Isabel. Em muitas oportunidades, o cárcere se torna a verdadeira "escola do crime", pois 70% das encarceradas estão na faixa entre 18 e 23 anos. "É uma idade dos sonhos, de aventura. Justamente nessa etapa, você acaba sendo submetido a todo tipo de crueldade, como a tortura sexual e moral. As pessoas saem extremamente violentas, odiando a sociedade, prontas para destruir o patrimônio", diz Isabel.

Muitas encarceradas ficam sem escolha, sendo obrigadas a participar do crime organizado. "Não dá para fechar os olhos para a ação dessas quadrilhas. Al­­gumas são bandidas mesmo. Quando elas encontram uma menina sem o mesmo histórico, acabam encontrando uma forma de usá-la. Seja para receber cota de drogas ou levar informação para fora. Essa menina acaba indo para o mundo do crime, quando poderia ser salva", conclui Isabel. (VB)

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