Além de aumentar o risco de acidentes no trânsito, o uso do celular ao volante representa outro perigo para o motorista: o de ser assaltado. Essa foi a conclusão de uma pesquisa feita pela filial brasileira da empresa americana de segurança privada RCI First Security and Intelligence Advising em São Paulo, Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, em 2007 e este ano. Outros levantamentos feitos na Inglaterra e Canadá já haviam demonstrado que usar o celular no trânsito pode ser mais perigoso do que dirigir alcoolizado.
Os números que mais impressionam dizem respeito aos presos por crimes no trânsito. Entre 2007 e 2008, a RCI enviou um questionário com dezenas de perguntas a milhares deles. Apenas 926, com idades entre 15 e 31 anos, responderam. Do total, entre 84% (Rio) e 89% (São Paulo) disseram que preferem atacar vítimas enquanto elas conversam ao celular. Segundo Ricardo Chilelli, representante da RCI no Brasil, enquanto falam, as vítimas ficam distraídas, têm poder mínimo de reação e podem ser mais bem avaliadas ao mostrarem anéis, relógios, pulseiras e os próprios modelos de telefones.
Segundo o levantamento, entre 57% (Belo Horizonte) e 61% (São Paulo) das mulheres entrevistadas admitiram que tiveram problemas como assaltos ou acidentes quando dirigiam e falavam ao celular. Entre os homens, os números variam de 51% (Belo Horizonte) a 53% (São Paulo). Os entrevistados também admitiram que deixam de prestar atenção no que acontece em volta enquanto conversam, mesmo em engarrafamentos ou sinais. Apesar dos riscos de acidentes e assaltos e da legislação que proíbe o uso de celular ao volante, é grande o número de entrevistados que admitiram cometer a ilegalidade. Entre 47% (São Paulo) e 49% (Rio) das mulheres admitiram fazer ou receber ligações enquanto dirigem. Os números variam de 59% (São Paulo) a 65% (Belo Horizonte) entre os homens.
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