A maioria (67%) dos jornalistas da América Latina afirmou que a imprensa tem liberdade constitucional, mas entendeu que esporadicamente sofre ameaças ou é coagida. No Brasil, esse índice é maior: 72%. A conclusão está em pesquisa feita com 101 jornalistas de 12 países da região e apresentada nesta segunda-feira (15) na 68ª Assembleia Geral da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), que acontece em São Paulo.

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De acordo com o levantamento, os jornalistas apontaram que está em curso um processo de restrição à liberdade de imprensa. Os governos foram apontados por 36% como os agentes que ameaçam a atuação da imprensa. Em seguida, 28% destacaram as medidas judicias, 9% atribuíram os riscos ao crime organizado e 7% ao poder legislativo.

"Procuramos traçar um cenário com informações sobre os países mais ameaçados, quais os agentes que põem em risco os profissionais", afirmou Marcelo Beraba, do Grupo Estado, que apresentou o estudo. A Venezuela lidera o ranking entre os países onde o trabalho é mais ameaçado com 82%, seguida pela Argentina, com 62%, e Cuba, com 60%. Logo após, vem o Equador, com 46%, a Bolívia, 41%, e o México, 39%.

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Outro aspecto abordado na pesquisa foram os objetivos daqueles que tentam restringir a imprensa. Para 41% dos entrevistados, o controle de conteúdo é o motivo, enquanto a quebra de monopólios e de grandes concentrações foi citada por 37%.

Sobre a opinião pública, 65% dos entrevistados entenderam que ela defende a importância da liberdade de imprensa e, nos casos das redes sociais, 57% defendem a relevância da imprensa para a democracia.

A maioria (63%) apontou os agentes do governo como principais causadores da violência. Para 55%, são as organizações criminosas. Os profissionais também opinaram sobre a impunidade dos crimes. Para 36%, ela acontece devido à morosidade da Justiça e, para 22%, pela falta de ação das autoridades.

Entre os consultados, 58% avaliaram que a violência pode gerar a autocensura, sendo que 20% tiveram que lidar com esta questão em 2011 e 37% sabem de casos de autocensura em seus países.

A relação com os governos foi considerada boa ou ótima para 39% dos ouvidos e regular para 35%. Sobre o futuro, o Brasil lidera o ranking com 53% de jornalistas otimistas com o que pode acontecer.

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