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A maioria dos jovens brasileiros aceita carona de amigo que bebeu álcool antes de dirigir, revela pesquisa do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Estudo feito com 868 adolescentes de 15 a 17 anos mostra que 55% dos entrevistados pegam carona nessa circunstância.

No caso dos rapazes, o porcentual é ainda maior: 61,2%, contra 50,7% das garotas. Contraditoriamente, os dois grupos concordam, de forma ainda mais expressiva, que deveria ser proibido dirigir depois de beber - 84,9% entre meninos e 91,4% entre meninas.

A pesquisa foi feita em outubro e novembro de 2009 em seis capitais brasileiras - Florianópolis, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Recife e Porto Alegre. Na ocasião, o Denatran entrevistou participantes de um ciclo nacional de palestras sobre trânsito. Para este ano, o órgão pretende incluir São Paulo e Rio de Janeiro no roteiro.

Na opinião da coordenadora de educação do Denatran, Juciara Rodrigues, a pesquisa mostra a falta de iniciativa do jovem em interferir na realidade à sua volta. "Ele precisa estar inserido no grupo que vive, quer ser bacana e legal, então acaba conivente com determinadas atitudes, mesmo que não concorde com elas", analisa. "A pesquisa mostra uma crise de valores, de identidade familiar e até mesmo das nossas campanhas, que talvez não estejam sendo eficientes.

Apenas 21,6% dos entrevistados responderam que usam sempre o cinto de segurança quando pegam carona no banco traseiro. A pesquisa também examinou se a presença dos pais no carro forçaria os filhos a usar o cinto - e os resultados, novamente, foram frustrantes: "nunca", foi a resposta de 28,9%; "às vezes", para 44,1%.

Na maioria das escolas onde estudam os jovens pesquisados (51 8%) não há atividades de educação para o trânsito. De cada 10 adolescentes, seis não se lembram de nenhuma campanha recente veiculada pelos meios de comunicação. "É um quadro muito desanimador. A escola não trabalha, o pai não faz nada e nós, do governo, ainda patinamos em alguns momentos, apesar dos esforços", avalia Juciara. Segundo a coordenadora, o Denatran gastou R$ 120 milhões em campanhas educativas no ano passado, veiculadas em TV, rádio e internet.

Dos jovens pesquisados, 84,9% afirmaram que conhecem a Lei Seca; 63,4% disseram concordar totalmente com ela. O menor índice de aprovação integral entre as seis capitais foi verificado em Brasília (51%).

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