Mais bens e menos esgoto

A PNAD detectou que em 2009 houve, contraditoriamente, aumento no número absoluto e redução na proporção de domicílios atendidos por rede de esgoto no Brasil. Isso significa que 4,392 milhões de residências foram ligadas à rede coletora ou fossa séptica em 2009 – passando de 30,208 milhões para 34,6 milhões –, mas, em relação ao total de residências, houve nesse indicador recuo de 59,3% para 59,1% – o total de domicílios do país aumentou mais que o sistema coletor.

Com isso, 40,1% das casas brasileiras não tinham nenhum tipo de coleta de esgoto no ano passado, lançando seus dejetos, muitas vezes, em rios, lagoas e no mar, agravando problemas de poluição ambiental e facilitando a disseminação de doenças.

O presidente do IBGE, Eduardo Nunes, lembrou que saneamento exige investimento prévio muito grande, com tempo longo de maturação. "Os investimentos que já foram feitos, em parte, ainda não deram resultado".

Em contraste, o abastecimento de água está mais de 20 pontos porcentuais acima da ligação à rede de esgoto. Em 2009, 84,4% (49,5 milhões) dos domicílios brasileiros tinham água encanada, o que representou um aumento de 0,5% sobre 2008, com a incorporação de 1,2 milhão de unidades.

Eletrônicos

Em 2009, havia mais domicílios brasileiros com aparelho de DVD do que com ligação à rede de esgoto, segundo números coletados pela PNAD. Segundo o estudo, 72% das residências tinham DVD. Só no ano passado, o crescimento no número de lares com o aparelho foi de 2,6 pontos porcentuais.

De 2008 para 2009, também subiu a proporção de domicílios com máquina de lavar roupa (de 41,5% para 44,3%), geladeira (de 92,1% para 93,4%) e televisão (de 95,1% para 95,7%). O porcentual de endereços com automóvel foi de 37,4% e motocicleta, 16,2%.