Mais da metade da população da cidade de São Paulo já foi vítima de algum tipo de crime. É o que mostra um estudo apresentado nesta terça-feira (22) pelo Centro de Políticas Públicas do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa).
De acordo com o levantamento, 53% da população sofreu pelo menos uma ocorrência ao longo da vida. Esta marca é 2,6% superior ao último levantamento feito pelo Insper, em 2008.
Três em cada dez pessoas entrevistadas tiveram um bem roubado. E 17% já foram ameaçados com armas de fogo, mostra a pesquisa.
Outro dado relevante do estudo é o baixo registro de boletins de ocorrência para furtos e roubos. Entre 3.000 entrevistados, 66% não comunicaram à polícia um caso de roubo, e mais de 80% não formalizaram a ocorrência de furto.
Segundo a pesquisa, a maioria dos entrevistados relataram que tem medo de represálias ou por acreditar ser uma perda de tempo.
"Os números são elevados e mostram a insegurança das pessoas", disse o coordenador da pesquisa Naercio Menezes Filho.
Para Luciana Guimarães, do Instituto Sou da Paz, o baixo registro de boletins de ocorrência é o dado mais preocupante. "Não dá para saber o que acontece de fato. O Estado precisa ter um olhar mais criterioso para roubos e furtos. Apenas 4% dos BOs em São Paulo viram um inquérito policial. Em Nova Iorque 100% dos casos registrados são investigados", afirmou Luciana.
Inteligência policial
Para o secretário de segurança pública, Fernando Grella Vieira, a baixa procura das pessoas para registrar ocorrências na policia é um "enorme obstáculo".
Para Grella, a política de segurança pública precisa ser feita com inteligência. "Em novembro pretendemos integrar o banco de dados das polícias Militar e Civil. O Estado deve investir ainda não mais em tecnologia para conter a criminalidade", disse o secretário.
Grella ainda voltou a comentar sobre as recentes ameaças do PCC (Primeiro Comando da Capital), reveladas por meio de uma investigação do Ministério Público. De acordo com o secretário, as ameaças de matar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e fazer atentados durante a Copa do Mundo são um "alarmismo sem fundamento".
"Não há nada que realmente se comprove um plano para matar o governador nem fazer ataques durante a Copa. A situação no entanto exige atenção e um trabalho de inteligência", afirmou.
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