3,5 milhões de brasileiros ultrapassaram a linha de pobreza no ano passado. A população extremamente pobre caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões. Já a população pobre teve redução de 19,1 milhões de pessoas para 15,7 milhões.
A desigualdade de renda registrou queda em 2012, apesar do fraco desempenho da economia. A renda per capita das famílias cresceu, em média, 7,9% enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 0,9% no ano passado. As famílias mais pobres, em especial, conseguiram evolução na renda maior do que a média, 14%, entre os 10% mais pobres da população. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no estudo Duas Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil Medidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada ontem. As informações são da Agência Brasil.
A população extremamente pobre que vive com menos de US$ 1 por dia caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões. A população pobre que vive com entre US$ 1 e US$ 2 dólares por dia teve redução de 19,1 milhões de pessoas para 15,7 milhões.
"Três milhões e meio de pessoas saíram da pobreza em 2012 e 1 milhão da extrema pobreza, em um ano em que o PIB cresceu pouco. Para a pobreza, o fundamental é o que acontece na base cuja renda cresceu a ritmo chinês. O bolo aumentou com mais fermento para os mais pobres, especialmente para os mais pobres dos pobres", diz o presidente do Ipea, Marcelo Neri.
Os principais indicadores do crescimento dos rendimentos da população são a posse de bens duráveis como televisão, fogão, telefone, geladeira e máquina de lavar e o acesso a serviços públicos essenciais como energia elétrica, coleta de lixo, esgotamento sanitário e acesso à rede de água.
A ampliação da posse de bens e de acesso a serviços se deve, em grande parte, a dois fatores: o aumento da renda do trabalho e o impacto do Bolsa Família. De acordo com o Ipea, de 2002 a 2012, 54,9% da redução da desigualdade foi devido à contribuição da renda do trabalho. O Bolsa Família contribuiu 12,2% para essa queda.
A Previdência é o terceiro fator que mais contribui para a redução da desigualdade, 11,4% para os que ganham acima do piso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e 9,4% para os que ganham um salário mínimo (R$ 678). Se somados os dois grupos, a Previdência tem impacto superior ao do Bolsa Família.
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