Apesar da redução de 20% para 7% no desconto para pagamento à vista do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) neste ano, em Curitiba, o número de contribuintes que optou por quitar o tributo em uma só parcela superou as expectativas da prefeitura. Dos mais de 479 mil imóveis da capital que pagam imposto, 36,73% já estão com o tributo de 2006 quitado. A média na cidade gira em torno de 30% de pagamentos antecipados.
De acordo com o secretário municipal de Finanças, Luiz Eduardo Sebastiani, a arrecadação à vista chegou a R$ 99.360.763,17 o equivalente a 30,2% da arrecadação da capital e permite um fluxo financeiro mais favorável, principalmente para a educação, que fica com 25% da arrecadação, e para a área de saúde, para a qual são destinados 15% deste total. "Toda a programação da prefeitura é feita com a hipótese de gastos mensais, mas a antecipação de pagamento representa uma definição mais clara de orçamento para estas áreas", diz ele.
Em 2005, com o desconto de 20% para pagamento em janeiro, a prefeitura chegou a arrecadar 45,1% do montante total de imposto da cidade. A Secretaria de Finanças, no entanto, desconsidera os resultados por ter se tratado de um ano com desconto atípico. "Foi (o desconto de 20%) uma ferramenta para arrecadação antecipada, ainda em 2004. Trabalhamos normalmente com uma média de 30% de arrecadação à vista, portanto neste ano o resultado seguiu a média histórica", informa Sebastiani.
Para o secretário, a escolha de 36,73% dos contribuintes pelo pagamento à vista é um sinal de que a população viu vantagens no desconto de 7%. "São cerca de três pontos porcentuais acima da previsão inflacionária para este ano, poucas aplicações financeiras de baixo risco dão este resultado", avalia. O economista José Guilherme Silva Vieira, professor da UFPR e do UnicenP, acredita que outros fatores possam ter influenciado na decisão. Para ele, a opção pelo pagamento à vista pode ser uma questão de planejamento financeiro, de quitar as contas de uma só vez. Ou até o efeito calendário, devido à data do carnaval. "Como o feriado ficou para o fim do mês, sobrou dinheiro para as pessoas pagarem as contas no início de fevereiro, provavelmente o carnaval delas vai ser mais magro", afirma.
