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O clima na região, apesar de tenso pelo grande número de policiais, era considerado sob controle pela Polícia Federal | Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo
O clima na região, apesar de tenso pelo grande número de policiais, era considerado sob controle pela Polícia Federal| Foto: Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo
  • Ação de reintegração envolve participação de cerca de 550 policiais e guardas municipais
  • Ação começou durante a madrugada e deve seguir ao longo desta quarta-feira
  • Conforme a PF, os moradores das casas a serem reintegradas deixam as construções de maneira pacífica nesta manhã
  • Casas que estão sendo desocupadas agora serão distribuídas de acordo com o plano inicial da Cohab
  • Agentes da Guarda Municipal também participaram da ação

A Polícia Federal comanda nesta quarta-feira (27) uma ação de reintegração de posse do bairro Ganchinho, em Curitiba. A intenção é retirar as famílias que ocupam irregularmente 56 casas desde o início de outubro. A estimativa é de que 200 pessoas estejam nas residências do Conjunto Iguaçu III, que integra o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

A assessoria de imprensa da PF informou que são cerca de 550 policiais, guardas municipais e mais alguns funcionários públicos federais de outros setores envolvidos na reintegração. Eles foram ao local, na região sul de Curitiba, ainda de madrugada. Alguns moradores, conforme a corporação, chegaram a resistir no início. Eles tentaram atear fogo em alguns objetos como protesto, mas foram impedidos pelos policiais.

A ação seguiu até as 14 horas e não houve registro de problemas. Algumas famílias que estavam originalmente designadas para entrar nas casas já estão nas residências. As famílias retiradas tiveram os móveis e pertences levados para casas de parentes ou então para um abrigo da Fundação de Ação Social (FAS).

Veja fotos da operação de reintegração de posse

O clima na região, apesar de tenso pelo grande número de policiais, era considerado sob controle pela Polícia Federal durante a manhã. Após o incidente do início da operação, não foram mais registrados problemas de enfrentamento. Conforme a PF, os moradores das casas a serem reintegradas deixam as construções de maneira pacífica nesta manhã.

Cohab

A assessoria de imprensa da Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab) informou que após a desocupação, as casas são lacradas e um chaveiro, contratado pela Caixa Econômica Federal (CEF), trocará todas as fechaduras. A Cohab fica, a partir do momento em que as casas estão vazias, responsável por colocar outras famílias. A entidade diz que pretende fazer isso o mais rápido possível, para evitar problemas.

Na data da ocupação, a Cohab estava fazendo a distribuição das famílias da fila da habitação nas casas do conjunto Iguaçu III. A maior parte das 643 casas do local já estavam devidamente ocupadas, mas a demora para definir a situação das últimas 56 causou a invasão.

Agora, segundo a Cohab, uma equipe de engenharia da Caixa faz uma vistoria nas casas que estavam ocupadas. Caso seja necessário, reparos nas estruturas serão feitos já com as novas famílias dentro das residências.

Movimento popular acompanhou despejo

Nicoly Kulcheski, integrante do movimento Assembleia Popular, acompanhou a reintegração de posse e criticou a falta de preparo dos órgãos envolvidos como um todo para lidar com as questões que surgem em ações como esta. "Tinha duas grávidas aqui e elas precisaram ser encaminhadas para o hospital, mas não havia nenhuma ambulância à disposição. Uma das grávidas foi por conta ao hospital. A outra precisou esperar mais de uma hora pelo atendimento, que veio apenas depois de os moradores chamarem ajuda."

Ela disse que não houve violência física durante a reintegração, mas classificou o ato como sendo de uma "violência pacífica". "É bem contraditório mesmo, porque as famílias já tinham decoração de Natal, estavam dando uma identidade ao local. Mas a ação começou pacífica, com diálogo com as famílias, de um jeito moderado. E as pessoas foram saindo das casas sem resistência."

Correção

Inicialmente, a informação da PF era de que havia 50 casas a serem reintegradas. A assessoria da Cohab, que gerencia a ocupação das casas construídas com recursos federais, corrigiu a informação e relatou que eram 56 casas ocupadas.

O conjunto

O empreendimento, do programa Minha Casa, Minha Vida, tem 643 casas, e quase todas já estão ocupadas pelos proprietários legítimos, definidos em sorteios feitos pela Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab). No início de outubro, algumas famílias ocuparam de maneira irregular as 56 que ainda estavam vazias.

Na época, a Cohab, responsável por organizar a maneira como as casas são distribuídas aos integrantes da fila da moradia, informou que houve atraso na entrega das chaves porque a greve dos bancários teria atrasado a assinatura de contrato entre a Caixa e as famílias sorteadas. Já a Caixa não confirmou essa informação, mas comunicou, na ocasião, que estava tomando as providências necessárias para a reintegração de posse das casas ocupadas.

Reintegração de posse no Ganchinho

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