Outros dois médicos cubanos que trabalham no programa Mais Médico deixaram os cargos, informou nesta terça-feira (3) a Associação Médica Brasileira (AMB), que disse que eles trabalhariam em "condições análogas a escravidão".
Em entrevista coletiva, a AMB disse que os médicos Okanis Borrego e Raúl Vargas abandonaram o programa depois de serem descumpridos vários termos do contrato e denunciaram que só recebiam US$ 1 mil por mês, muito menos que os R$ 10 mil pagos aos profissionais de outras nacionalidades.
"Para qualquer outro estrangeiro, trabalhar aqui não é nenhum problema, pode se mover para onde quiser, não está preso em nenhum lugar, como nós estamos, pode convidar suas famílias para visitá-los", afirmou Vargas.
Consultado pela reportagem, o Ministério da Saúde lembrou que os médicos cubanos atuam no país por meio de uma "modalidade de contratação diferenciada".
O governo federal paga às autoridades cubanas R$ 10 mil mensais por cada profissional dentro do acordo de cooperação intermediado pela Organização Pan-americana da Saúde (OPS), mas Cuba repassa R$ 2,8 mil mensais a cada médico e deposita outro percentual em uma conta em Havana.
O governo especificou que os médicos cubanos "continuam sendo funcionários do Ministério da Saúde de Cuba durante sua participação no programa Mais Médicos, e, por isso, mantêm em seu país de origem o salário e os direitos sociais".
Em fevereiro, a cubana Ramona Matos Rodríguez abandonou o programa e apresentou um pedido de refúgio para as autoridades brasileiras após alegar que o governo de Cuba fica com quase todo seu salário, e depois optou pelo asilo nos Estados Unidos.
Após o abandono de Ramona Matos, diversos médicos cubanos deixaram o programa.
De acordo com o Ministério da Saúde, dos 11.100 médicos cooperados que estão em atividade no país, sete deixaram o programa por ausência injustificadas no trabalho, cinco estão em processo e dois anunciaram a decisão de sair nesta terça (3).
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