Dois suspeitos de furto foram mortos pela Polícia Militar na noite de segunda-feira no bairro Fazendinha, em Curitiba, nas proximidades de uma área invadida na Rua João Dembinski. Segundo a polícia, José Luiz Pereira Jesus (idade não revelada) e Anísio dos Santos Neto, 23 anos, tentavam furtar um Gol e foram mortos durante a fuga, quando teriam trocado tiros com os policiais. Eles foram mortos na Rua Raul Pompéia. No dia 5 deste mês, outras duas pessoas morreram baleadas na invasão.
Testemunhas disseram que os homens tentavam arrombar o carro por volta das 22 horas, em um estacionamento em frente a um escritório, quando vizinhos chamaram a polícia. As armas dos PMs envolvidos foram recolhidas e um inquérito foi instaurado para investigar o caso. Os nomes dos policiais não foram divulgados.
Moradores da invasão não souberam dizer se os rapazes mortos estavam acampados no local. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), não há como confirmar se as vítimas moravam na invasão. Segundo a família de Jesus, os rapazes eram da Vila Nova Barigüi II, na Cidade Industrial de Curitiba.
Moradores do bairro disseram que estão vivendo em um clima de tensão desde que a área foi invadida. "Isso aqui era um bairro tranqüilo. Agora tem tiroteio toda noite, parece festa junina. Tem dois traficantes brigando pelo ponto. Lá dentro, eles vendem drogas em feira, como se vende tomate", disse um morador que preferiu não se identificar. "Tem tiroteio toda noite e até de dia agora. Eles estão se matando", afirmou um comerciante. "É comum ver o pessoal roubando aparelho de CD de carro. Às vezes, eles até vêm aqui tentar vender os produtos."
De acordo com Anselmo Magalhães, um dos primeiros moradores da invasão, na noite de segunda-feira a polícia prendeu três pessoas no local. "Não sei se tem alguma ligação com o assalto. Mas aqui tem gente boa e gente ruim", afirma. A coordenadora da União por Moradia Popular em Curitiba, Maria da Graça Silva e Souza, critica a generalização. "Assalto acontece em todo lugar. Tudo de ruim que acontece na região, agora, ligam à ocupação. Isso é discriminação", diz.
Segundo estimativa dos invasores, a ocupação conta com cerca de 1,5 mil famílias. A Sesp já agendou a operação para a reintegração de posse, mas a data não pode ser divulgada.
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