Mais Médicos envia emissários ao Paraná após suspeita de racismo

A médica gaúcha Thatiane Santos da Silva, 30, que na semana passada foi alvo de comentários considerados racistas por parte da secretária de Saúde de Santa Helena, Terezinha Madalena Bottega, recebeu na tarde desta sexta-feira (27) a visita de dois representantes do Ministério da Saúde que estão acompanhando o caso. A secretária, que foi afastada das funções pelo prefeito da cidade, teria feito comentários sobre o cabelo de Thatiane, que é negra e integra o programa federal “Mais Médicos”.

A secretária teria dito que o cabelo da médica exalava odor semelhante a de incenso e que a profissional poderia ser vítima de preconceito por parte de pacientes que estão acostumados com “outro padrão de médicos”. O comentário foi por causa do penteado em estilo dreadlocks da médica.

Os emissários do governo federal se reuniram com a secretária afastada que confirmou os comentários, mas ressaltou que não foram motivados por preconceito e sim para “proteger” a médica de possíveis discriminações raciais. Depois eles estiveram com Thatiane e, na unidade de saúde onde ela trabalha, deixaram cartazes educativos que orientam a população a denunciar casos de racismos no setor de saúde.

Um dos cartazes traz a imagem de um médico negro e a inscrição “não fique em silêncio”, incentivando a denunciar atos de racismo pelo telefone 136. “Racismo faz mal à saúde”, diz outra frase.

Thatiane afirmou que não esperava uma resposta tão rápida do programa e enfatizou que os representantes do Ministério da Saúde prestaram apoio a ela. “Eles disseram que o Ministério repudia qualquer ato de racismo e preconceito”, contou. Eles também trouxeram materiais de divulgação contra o racismo.