O estresse termal causado pelo aquecimento global será responsável por outros agravos à nossa saúde e bem-estar. Como explica o geó­­grafo Francisco Mendonça, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em seu projeto de pesquisa intitulado "Aqueci­­mento Global e Saúde: Uma Pers­­pec­­tiva Geográfica", "ondas de ca­­lor e frio muito intensas poderão estar acompanhadas pela elevação dos índices de mortalidade por en­­fermidades cardiovasculares, cerebrovasculares e respiratórias, isto para não dizer dos já conhecidos problemas de cataratas na visão e o câncer de pele".

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Outros males apontados pelo seu trabalho incluem o aumento da incidência de pólen e de outros alergenos na atmosfera, maior nú­­mero de casos de cálculo renal com uma elevação da taxa de nascimen­­tos prematuros e mortalidade perinatal, multiplicação das intoxicações – devido à má conservação dos alimentos –, e um risco crescente de contaminação dos sistemas de climatização e umidificação, usados para amenizar o desconforto provocado pelas altas temperaturas.

Ulisses Confalonieri, da Fio­­cruz, explica que os impactos diretos de eventos climáticos – como secas, tempestades, inundações e ondas de calor – poderão afe­­tar a produção de alimentos, por queda na produção agrícola, ou seja, po­­de faltar comida para milhões de pessoas. Sem falar no aumento da concentração de poluentes na atmosfera, que também prejudicará a sobrevivência da população. "No Brasil, a vulnerabilidade de zo­­nas urbanas em áreas de risco co­­mo as favelas, a expansão de doenças transmissíveis, a insegurança alimentar, a migração de refugiados ambientais e a piora da qualidade do ar serão os principais problemas que teremos de enfrentar."

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Embora não se saiba com certeza quando é que esses problemas começarão a nos afetar, estima-se que, a partir de 2°C de aumento de temperatura, os processos climáticos globais serão mais extremos e os seus impactos, piores.

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