Usuários podem cadastrar até cinco placas e o pagamento é feito com cartão de crédito| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Alternativas

Alguns sistemas de estacionamento já oferecem mais comodidade do que os talões de preenchimento ou "raspadinhas". No caso dos parquímetros, por exemplo, a dependência de um monitor de trânsito para adquirir créditos é bem menor quando o usuário já está adaptado à tecnologia adotada. Saiba como funcionam alguns modelos:

Moedas

Boa parte dos parquímetros aceita o uso de moedas no pagamento do estacionamento. Basta acionar a vaga pela máquina, por meio de um sistema touch screen, e inserir moedas com a quantia equivalente ao tempo escolhido. Dessa forma, o pagamento é por minuto a minuto de uso e, dependendo do tipo de máquina, há emissão ou não do ticket de papel.

Cédulas

Há parquímetros que aceitam ainda cédulas de R$ 2, além de moedas, para o uso das vagas. O modelo já está disponível em Sumaré (SP), por exemplo. O sistema, contudo, tem um índice de rejeição maior devido ao papel das notas, que nem sempre está em boas condições.

Recarregáveis

Os parquímetros permitem também que o usuário utilize cartões inteligentes pré­pagos ou botons – ambos contêm um chip eletrônico – e não somente dinheiro. Neste caso, é preciso acionar as vagas e usar uma destas opções, quando disponíveis. A recarga ou compra de botons e cartões pode ser feita em pontos de venda ou junto a orientadores do estacionamento. Cada vez que o cartão ou boton é usado, minutos do saldo são descontados. Existe ainda a possibilidade de recarregar cartões depositando dinheiro no próprio equipamento do parquímetro – o valor será transferido para o cartão.

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Talões

Prefeitura de Curitiba estuda propostas de modernização

Criado na década de 1980, o Estacionamento Rotativo (EstaR) de Curitiba ainda utiliza talões. Segundo o diretor de Fiscalização da Secretaria de Trânsito, Eder Rodrigues, há um estudo em andamento para que o sistema seja modernizado. A proposta faz parte do Sistema Integrado de Mobilidade. "A aquisição de PDA’s para a informatização do EstaR já estava prevista. Agora, estamos analisando o que vai ser mais viável para a cidade", afirma.

Rodrigues observa que uma das maiores dificuldades do EstaR é a quantia de agentes nas ruas. São 350 na área de EstaR e fiscalização, embora o ideal sejam mais de 1.370, conforme parâmetros do Departamento Nacional de Trânsito. Um projeto de lei para a criação de cargos na área já foi encaminhado à Câmara. "Estamos prevendo um concurso com mil vagas, sendo 250 para chamamento imediato. O processo deve ser concluído até março de 2014", antecipa.

Até que a tecnologia seja adotada e que mais monitores sejam colocados à disposição do EstaR, o diretor de Fiscalização recomenda que usuários evitem comprar talões de terceiros. As aquisições devem ser feitas em postos credenciados e em revendas oficiais ou ainda junto aos agentes.

Aliando-se à tecnologia, a prefeitura de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, conseguiu colocar em operação nas ruas um sistema de estacionamento rotativo que vem facilitando a vida de motoristas. Os usuários podem acionar as vagas disponíveis na área central por meio do próprio celular, sem depender de cartões ou talões vendidos por monitores de trânsito. Isso acontece graças a um aplicativo desenvolvido para smartphones, disponível para os sistemas Android e iOS através de download no site www.mobilicidade.com.br.

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O engenheiro de trânsito da prefeitura Luiz Antônio Gouveia explica que o modelo foi bastante pesquisado antes de ser escolhido pelo município, há quase dois anos. A intenção, recorda ele, era encontrar um sistema mais cômodo e acessível para a população. "Pela questão estratégica, foi a melhor opção que encontramos em comparação aos outros modelos. No caso do parquímetro, poderia haver vandalismo. O alto valor das máquinas também poderia pesar depois na tarifa", relata.

Funcionamento

É possível ativar as vagas do Estacionamento Rotativo de Araucária pelo sistema eletrônico após um cadastro da placa do veículo na página do aplicativo e o pagamento prévio pelo cartão de crédito. O usuário vai ativar o "ticket eletrônico" e escolher o tempo de estacionamento permitido – de 20 a 120 minutos. A ativação poderá ocorrer ainda por voz – ligando para o telefone (41) 4063-9099 ou 2626-1702. A carência é de 5 minutos e as taxas por hora diferem conforme a categoria – R$ 1,20 para carros, R$ 0,60 para motos e R$ 2,40 para carga e descarga. É possível cadastrar até cinco placas por usuário.

O motorista também pode fazer uma recarga em dinheiro, caso não queria utilizar o cartão de crédito neste tipo de transação. Para isso, é preciso ir até um dos 51 pontos de venda credenciados e depois ativar a vaga de estacionamento pelo celular.

Não é preciso deixar nenhum comprovante de aquisição de crédito no painel do veículo. Ao lançar a placa no sistema, por meio de computadores portáteis, a fiscalização da área verifica se o veículo está regular ou não. "Se a pessoa ativou uma permanência de duas horas e usou apenas 43 minutos, o restante do dinheiro volta para o saldo de sua conta cadastrada", explica o engenheiro.

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Quem não tem celular com acesso à internet, por sua vez, pode pagar o tempo que utilizará de estacionamento diretamente a um monitor de trânsito. Eles atuam munidos com computadores de bolso, o que viabiliza a gestão do sistema em tempo real.

Sistemas - Para a Abrapark, aplicativo não deve ser única opção

Diretor da seção de Estacionamento em Vias Públicas da Associação Brasileira de Estacionamentos (Abrapark), Adélcio Antonini afirma que a adoção de aplicativos para celular vem se tornando uma tendência nas cidades que dispõem de estacionamento regulamentado. Ele recomenda, no entanto, que o aplicativo não seja a única maneira de adquirir os créditos para utilizar as vagas. "Isso deve estar integrado a outro sistema, sendo apenas uma opção a mais no processo", diz.

Para Antonini, os parquímetros ainda são o melhor modelo para gestão de estacionamentos em vias públicas. Trazido da Europa no final dos anos 1990, o sistema, enfatiza ele, oferece menos riscos de fraudes e "atravessadores". "Quando se usa cartelas, pessoas acabam comprando isso no mercado e vendendo mais caro aos usuários", comenta o representante da Abrapark, ao acrescentar que pelo menos 40 municípios brasileiros já aderiram aos parquímetros.

Antonini acredita que, em breve, cartões de crédito também poderão ser utilizados diretamente no parquímetro com a transmissão de dados pela internet. Com o aumento das frotas, ele aposta que cidades que ainda não contam com rotativos vão se render à adoção do sistema, seja por meio de talões e raspadinhas ou da implantação de parquímetros. "Os municípios estão despertando para essa necessidade. Tem cidade de 50 mil habitantes que já enfrenta problemas no trânsito", diz.

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