São Luís (MA) - O delegado Oto Feques, da cidade de São Vicente Ferrer, no Maranhão, afirmou ontem que um menino de 2 anos, encontrado com sete agulhas no abdome, pode ter sido vítima de um ritual de magia negra. Este é o segundo caso descoberto recentemente no país de crianças feridas por agulhas. O outro caso ocorreu na Bahia. Um menino da mesma idade teve 31 agulhas enfiadas no corpo. Os dois casos ainda estão sendo investigados pela polícia.
O menino maranhense foi internado no dia último 10 de agosto pela mãe, Thamires de Araújo, 20 anos, no hospital municipal de São Vicente Férrer. Na época, havia suspeita de que o menino estivesse com fraturas em uma clavícula e em cinco costelas. Porém, exames de raio X feitos no hospital comprovaram que a fratura aconteceu oito dias antes e que havia sete agulhas no corpo da criança.
Apesar disso, nem a mãe, nem o pai souberam explicar como as agulhas foram introduzidas no corpo do menino. Até agora, a criança foi submetida a duas cirurgias. Duas agulhas já foram retiradas e ele passa bem. Diante do caso, a juíza da comarca de São Vicente Férrer, Denise Pedrosa, retirou a guarda da criança dos pais biológicos e a repassou para a avó materna.
Ontem, foi iniciada a fase de inquirição do procedimento investigatório do caso. Dois vizinhos do garoto foram intimados para depor e, hoje, os pais biológicos do garoto devem prestar depoimento ao delegado Oto Feques. "A própria mãe afirmou que o pai da criança tem envolvimento com rituais de magia negra. E esse tipo de manifestação religiosa é muito comum aqui na região. Por isso essa é uma das principais linhas de investigação desse caso", afirmou o delegado.
Porém, mesmo admitindo que o marido participava de rituais de magia negra, a mãe especulou que a criança pudesse ter se automutilado com as agulhas. O pai, por sua vez, alegou que passava pouco tempo com a criança. "Na pior das hipóteses, vamos indiciar a mãe por negligência ou abandono de incapaz", afirmou o delegado.
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