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Carlos Henrique Dias (esq) é a sexta pessoa julgada por envolvimento no caso da morte do estudante Rafael Rodrigo Zanella | Aniele Nascimento / Agencia de Noticias Gazeta do Povo
Carlos Henrique Dias (esq) é a sexta pessoa julgada por envolvimento no caso da morte do estudante Rafael Rodrigo Zanella| Foto: Aniele Nascimento / Agencia de Noticias Gazeta do Povo

Deve ser anunciado apenas no fim da noite desta quinta-feira (11) o resultado do julgamento de Carlos Henrique Dias, policial acusado de participação no esquema que encobriu provas no caso da morte do estudante Rafael Rodrigo Zanella, em maio de 1997. O réu era um dos escrivães do 12.º Distrito Policial, em Santa Felicidade, quando aconteceu o crime.

O julgamento foi iniciado por volta das 10h30 na 1.ª Vara do Tribunal do Júri, no Centro Cívico, em Curitiba. Até as 17h30, quatro testemunhas de defesa, o acusado e o promotor Ministério Público já haviam sido ouvidos. O advogado do réu ainda deve se pronunciar. Após o discurso, acusação e defesa tem o direito de se manifestar por mais uma hora. Depois deste procedimento, os sete jurados do júri popular vão definir a sentença de Dias.

Ele é acusado de ter registrado os fatos de forma distorcida na noite do assassinato de Zanella. O advogado de Dias, Antônio Rabello de Mello, diz que não havia como ele saber que tudo se tratava de uma farsa. "Dias não participou da manipulação do local. Era escrivão e chegou à delegacia quatro horas depois da ocorrência. Ele acreditou nos policiais e registrou o que eles contaram", defende. Carlos Henrique Dias é a sexta pessoa julgada por envolvimento no caso da morte do estudante.

Na terça-feira (9) foi julgado Daniel Luís Santiago Cortes, superintendente do 12º DP na época do crime. Depois de mais de 13 horas de julgamento, a sessão foi encerrada às 1h45 da madrugada de quarta-feira (10). O policial foi condenado a 12 anos e 10 meses de prisão . Ele respondeu por fraude processual, denunciação caluniosa e tortura.

Último julgamento

Na segunda-feira (15) será julgado Maurício Bittencourt Fowler, na época um dos delegados do 12.º DP. Ele teria sido o mentor da farsa e é acusado de tentar convencer os rapazes que estavam com Zanella a confirmar que o jovem era um traficante. Esta versão não corresponde à realidade, segundo o advogado Arnaldo Busato Filho. "Ele estava em uma partida de futebol quando foi chamado até a delegacia para atender uma situação de emergência. Quando chegou lá, já se deparou com o quadro pronto. Ele foi induzido a acreditar no que a equipe policial relatou que era verdade", afirma.

O crime

Na noite de 28 de maio de 1997, o estudante universitário Rafael Rodrigo Zanella foi abordado por três policiais civis - Aírton Adonski, Reinaldo Siduovski e Jorge Élcio Bressan – e também pelo estudante de Direito, Guilherme Vieira Doni, e por um informante da polícia, Almiro Deni Schmidt. Estes dois últimos prestavam serviços de forma irregular no 12.º Distrito Policial (DP). Quando parou o carro que dirigia, o universitário levou um tiro na cabeça, efetuado pelo informante. Ele foi confundido com um traficante.

Logo depois do assassinato, os homens envolvidos no crime tentaram mudar a cena do crime. Eles colocaram um revólver na mão de Zanella e implantaram maconha na roupa dele. O objetivo era alegar que o rapaz era um traficante que reagiu à abordagem policial. Outros três rapazes que estavam com o estudante no automóvel foram presos, agredidos e ameaçados. Cerca de uma semana depois do fato, uma perícia policial revelou toda a armação realizada.

Em 1998, Adonski e Siduovski foram condenados por fraude processual, denunciação caluniosa e tortura. Eles ficaram presos até 2005 e depois foram soltos pela Justiça. No ano 2000, o informante Schmidt foi condenado a 21 anos de prisão por homicídio. Desde março de 2008, ele responde pelo crime em liberdade. Bressan recorreu à pronúncia do juiz em 1.º grau e o Tribunal de Justiça decidiu não mandá-lo a julgamento. Doni não foi acusado pelo homicídio e teve o processo dele suspenso.

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