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Cruz Machado, na região centro-sul do estado, tem 7% da população recebendo Bolsa Família. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Cruz Machado, na região centro-sul do estado, tem 7% da população recebendo Bolsa Família.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Cruéis, os dados apresentados no ano passado pela Organização das Nações Unidas (ONU) deixaram claro que o avanço de medidas econômicas, sociais e ambientais – três dimensões essenciais para o progresso harmônico do planeta – ainda tem uma batalha em comum: buscar a erradicação da pobreza, que assola 800 milhões de pessoas em todo o mundo. É por isso que este desafio assume, novamente, a ponta da agenda de desenvolvimento para os próximos 15 anos, chamada de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), válidos desde 1º. de janeiro deste ano de 2016.

Em meio à crise

Levando em conta as previsões defendidas por estudos recentes, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável deverão ser muito bem geridos até que os ânimos políticos e econômicos consigam ser controlados. Publicação recente do Credit Suisse aponta que a grave crise financeira impactou severamente o progresso da riqueza global. Segundo o estudo, os ganhos de riqueza em moeda local foram compensados pela desvalorização frente ao dólar, de modo a riqueza global declinou por 12,4 trilhões de dólares em 2015. Isso diminui a velocidade das respostas políticas necessárias para garantir direitos essenciais.

Além disso, relatório divulgado em 2014 pela ONU mostra que o crescimento constante da população vai gerar demandas que precisam ser emergencialmente estudadas.

Elencados a partir de um acordo multilateral discutido por mais de três anos, os ODS (conheça todos eles) formam uma espécie de plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, e se baseiam nas lições aprendidas com os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), cuja meta principal era reduzir a miséria pela metade entre 2000 e 2015. Os esforços ajudaram. A pobreza extrema, que tomava 47% da população em 1990, caiu para 14% no ano passado, sendo que a proporção de pessoas subnutridas nas regiões em desenvolvimento caiu quase pela metade.

Os 17 objetivos e 169 metas que compõem agora os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, aprovados na cúpula das Nações Unidas em setembro de 2015, em Nova York, dão continuidade ao plano plurigovernamental de assegurar um planeta melhor. Além de guerrear contra a miséria, busca assegurar a disponibilidade de recursos essenciais, como água e saneamento e energia, reduzir os impactos climáticos e, assim como nos objetivos anteriores, alcançar a igualdade de gênero e empoderar a classe feminina.

Na opinião da própria ONU, a implementação destes objetivos será um desafio, uma vez que vai requerer parceria global com a participação ativa de todos os governos, sociedade civil, academias e mídia. O diretor executivo da organização Agenda Pública, Sergio Andrade, comenta que o desafio maior ainda será fazer com que a implementação dos ODS dialogue com as políticas e ações regionais, descentralizando as ações. “Parte importante para que tenhamos bons resultados é uma agenda que consiga chegar também aos municípios, em diferentes regiões do Brasil, e que não seja apenas uma agenda do Governo Federal”, diz. Segundo ele, órgãos e representações regionais tiveram participação “muito ínfima” no cumprimento dos ODM. A esperança agora, é que esse quadro seja revertido.

Fique por dentro

Confira os 17 objetivos:

1 Acabar com a pobreza em todas as formas e lugares.

2 Acabar com a fome e alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

3 Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

4 Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades. de aprendizagem ao longo da vida para todos.

5 Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

6 Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.

7 Assegurar acesso a energia para todos.

8 Promover o crescimento econômico, inclusivo e sustentável, emprego pleno e trabalho decente para todos.

9 Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.

10 Reduzir a desigualdade nos países.

11 Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

12 Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

13 Tomar medidas para combater a mudança do clima e seus impactos.

14 Conservar e usar de forma sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

15 Proteger, recuperar e promover o uso sustentável de ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.

16 Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

17 Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

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