A mancha de óleo na Bacia de Campos foi reduzida de 12 quilômetros quadrados para dois quilômetros quadrados em quatro dias, entre sexta e segunda-feira, informou a Agência Nacional do Petróleo. A extensão pela qual o óleo se espalha foi estimada em sobrevoo feito ontem por técnicos do órgão regulador, do Ibama e da Marinha.
Nos primeiros dias após o vazamento no poço operado pela Chevron Brasil, a mancha atingiu 163 quilômetros quadrados. De acordo com a empresa, o volume de óleo que está na superfície hoje equivale a 10 barris (1.590 litros).
Os técnicos avaliaram ainda que a mancha de óleo está se afastando da costa brasileira. No dia 18, a mancha ocupava uma área de 12 quilômetros quadrados.
Ainda de acordo com a Marinha, são realizados sobrevoos regulares em aeronaves, levando técnicos do Ibama e da ANP, para acompanhamento da situação. Equipes da ANP e da Marinha permanecem embarcadas na plataforma e no navio responsável pelas filmagens submarinas. Um navio continua na área acompanhando as ações em andamento e os trabalhos da cimentação definitiva do poço estão em andamento.
Indenização
A Defensoria Pública da União no Rio abriu procedimento administrativo para cobrar indenização da petroleira Chevron pelos danos causados ao meio ambiente. De acordo com o defensor público federal André Ordacgy, o valor da indenização, no entanto, só será definido após a interrupção completa do vazamento, para que seja possível avaliar todos os prejuízos. "A ideia é promover um Termo de Ajustamento de Conduta para que a companhia pague essa indenização voluntariamente", disse.
Ordagcy informou que vai recomendar ao Ministério do Meio Ambiente que conclua e implemente, em 90 dias, o Plano Nacional de Contingência de derramamento de óleo. O Ministério do Meio Ambiente informou, pela assessoria de comunicação, que a primeira versão do plano foi enviada aos demais órgãos competentes.
Cronologia
Estima-se que 365 mil litros de óleo tenham vazado:
8 nov Uma mancha de óleo é avistada pela Petrobras da plataforma do campo de Roncador, na Bacia da Campos, litoral norte do estado do Rio de Janeiro. A estatal avisa à petrolífera Chevron, proprietária do poço, e ao Ibama.
9 nov O vazamento por meio de rachaduras no solo marinho é identificado pela Chevron, que comunica à ANP e ao Ibama.
10 nov As atividades de perfuração são suspensas no campo de Frade.
12 nov A Chevron pede à ANP a aprovação de um plano para abandonar o poço. É iniciado o processo para selar e abandonar o poço.
13 nov É jogada mais lama para conter o vazamento.
16 nov O poço começa a ser cimentado. A primeira fase é concluída. Ao todo, são cinco etapas.
19 nov O óleo segue vazando pelas fissuras, de forma residual, segundo a ANP.
21 nov O Ibama multa a Chevron em R$ 50 milhões.
Fonte: Folhapress.