Exemplos
Há alguns tipos de procrastinadores que nunca saem de moda. Conheça alguns deles:
Ainda tem tempo...
São aqueles vistos na fila dos cartórios eleitorais no último dia útil para tirar o título de eleitor (e vale também para quem deixa para escolher o candidato no dia da eleição, atitude com efeitos nefastos). Nesse tipo também se enquadra quem deixa para renovar a carteira de motorista, fazer o exame médico obrigatório da empresa ou pagar a conta de luz e água quase no fim do prazo previsto.
A viagem é só amanhã
Nesse grupo estão parte dos seres humanos que já viajaram para longas distâncias. Eles deixam para arrumar a mala na véspera ou no próprio dia da partida, quando descobrem que tal roupa está suja, que os óculos de sol estão quebrados, que o maiô está pequeno... E que a mala foi emprestada para um amigo.
Dá pra adiar?
Clássico. São os que passam o dia inteiro na frente do computador checando e-mails, jogando paciência, atirando bolas de papel no lixo, e nada de entregar o relatório que o chefe pediu. Quando falta apenas uma hora para o prazo terminar, resolvem colocar a mão na massa de acordo com estudos, a pressão pode ajudar alguns, que terminam o compromisso a tempo. Outros, no entanto, ficam desesperados e acabam pedindo mais tempo.
E o hábito faz escola
Quem nunca se encaixou neste perfil que atire o primeiro lápis. Esse procrastinador estuda na véspera da prova de preferência com vários livros abertos ao mesmo tempo, embora só seja capaz de se concentrar em um. Vale estudar até mesmo no intervalo antes da avaliação, ou enquanto o professor distribui a prova para os colegas. Pode funcionar uma vez ou outra, mas é uma atitude altamente arriscada.
Papai Noel de última hora
É aquele que deixa para comprar o presente de Natal no dia 24 de dezembro. Outras variáveis famosas do mesmo comportamento são o filho que deixa para comprar o presente do Dia das Mães ou dos Pais no sábado à tarde anterior ao domingo de comemoração. Aquele tio que aparece com um presente de aniversário que não tem nada a ver com você também pode se encaixar neste perfil ou apenas ter um péssimo gosto, é claro.
Causas
Confira o que pode estar por trás da procrastinação, os males que ela pode provocar e como mudar tal hábito:
Déficit de atenção
Pessoas que sofrem deste problema não conseguem se concentrar e finalizar determinada tarefa. Têm dificuldades também para iniciá-las.
Perfeccionismo extremo
Quem tem este perfil costuma demorar mais do que o necessário numa tarefa, pelo receio de executá-la mal. Às vezes, pessoas talentosas e competentes passam uma imagem negativa por causa de tal atitude.
Frustração
Pessoas frustradas com a carreira ou o curso universitário podem procrastinar como forma de evitar uma tarefa vista como chata, desconfortável ou penosa.
Recomendações
Veja seis dicas para evitar a procrastinação e não o trabalho:
- Eleja prioridades e não se culpe por não conseguir realizar tudo o que gostaria.
- Crie tabelas ou post-its lembrando do que deve ser feito impreterivelmente.
- Inicie uma tarefa, mesmo que você a interrompa mais tarde. Começar é o primeiro passo.
- Faça uma coisa de cada vez. É mais difícil perder o foco quando não há tantas tarefas e prazos concorrendo por atenção.
- Antecipe as tarefas, assim, se por acaso elas demorarem mais do que gostaria, ainda estará dentro do prazo.
- Não se culpe. De nada adianta e ainda o faz sofrer duas vezes pelas consequências do ato de adiar e pela culpa em si.
Fazer um check-up médico, entrar na academia, reorganizar a casa, não deixar para estudar um dia antes da prova... A lista de promessas para o ano que se inicia é imensa, assim como a vontade de mudar. Tanto o rol de obrigações quanto o desejo de agir, entretanto, podem esbarrar num grande inimigo: a mania de deixar tudo para depois, que o dicionário Aurélio define formalmente como o ato de procrastinar.
Quem é que nunca empurrou algo com a barriga? Praticamente 100% da população. A vida corrida e a enormidade de tarefas fazem com que se priorizem algumas atividades em detrimento de outras, que vão ficando para amanhã. As distrações, como redes sociais, tevê por assinatura e celular com mil e uma utilidades, contribuem. Em alguns casos, porém, tal comportamento pode afetar as relações sociais, pessoais e profissionais e até provocar doenças.
Não há estudos a respeito de quantas pessoas procrastinam de forma crônica e prejudicial, mas uma pesquisa elaborada pelo psicólogo canadense Timothy Pychyl, autor do livro O compêndio dos procrastinadores e do blog Dont delay (Não adie), sugere que 20% das pessoas levam o ato de adiar ao extremo e têm sérias dificuldades para mudar de atitude. O especialista é rígido e diz que a procrastinação, mesmo leve, nunca é boa, pois revela uma incapacidade de autocontrole.
E por que procrastinamos? O psicólogo explica no livro que procrastinar é semelhante ao ato de comer muito quando se está de dieta: mesmo que a pessoa tenha consciência de que o ato causará problemas a longo prazo nesse caso, quilos a mais , a curto prazo o prazer compensa comer algo delicioso. "O cérebro está programado para ser recompensado a curto prazo. A recompensa imediata é mais atraente", diz ele.
Sintomas
É realmente tentador alegar que a procrastinação é inata ao ser humano e que fomos configurados para agir assim, porém, de acordo com a psicóloga Mariana Benatto Schreiber, pesquisadora do Laboratório de Psicopatologia Fundamental da Universidade Federal do Paraná, quando o ato de adiar começa a se tornar corriqueiro, ele pode ser reflexo de um problema de ordem emocional. As consequências podem ser desastrosas, principalmente na vida adulta, época em que se exige que as pessoas tenham responsabilidade e cumpram prazos.
A psicóloga explica que a procrastinação em si não é uma doença, mas pode ser sintoma de um problema maior, como o transtorno de déficit de atenção, quando a pessoa não consegue se concentrar em uma tarefa e realizá-la até o fim. Adiar constantemente uma iniciativa também pode refletir um perfeccionismo extremado evita-se uma tarefa pelo medo de errar, levando até mesmo indivíduos talentosos a parecerem irresponsáveis ou uma escolha profissional equivocada a atividade não dá prazer e é sempre adiada.
Quando o hábito vira uma rotina e começa a incomodar, até mesmo aquela sensação de recompensa e bem-estar que aparece logo após a decisão de deixar tudo para depois, o tal do prazer imediato, começa a ficar rarefeita. "Quando a pessoa procrastina e sabe que aquele ato de adiar vai causar prejuízos no futuro, ela sofre duas vezes. Além de não cumprir com a obrigação e correr o risco de ser penalizada, fica se remoendo por isso. Aí o ato começa a causar angústia e é hora de mudar o comportamento", diz Mariana.
O passo a passo para a mudança
A solução para a procrastinação crônica, de acordo com os especialistas, é primeiramente reconhecer o problema, que à primeira vista parece inofensivo. Em seguida, é preciso eleger prioridades o que é importante, tem um prazo e não pode ser deixado para depois?
Por fim, é preciso agir, nem que seja dando um passo de cada vez. Se uma tarefa é entediante, ainda assim é preciso começá-la, mesmo que seja para parar no meio do caminho. Na hora de retomá-la, o ânimo vai ser maior, pois ela não será iniciada do zero.
Força de vontade
A dica mais importante, no entanto, é se lembrar de que nem todas as tarefas da vida diária são necessariamente prazerosas, mas, ainda assim, têm sua importância. Se não se pode delegá-las a outras pessoas, é preciso seguir em frente. E no caso de elas se tornarem insuportáveis e causarem uma angústia tão grande quanto a própria culpa? "Nesse caso, é preciso repensar a carreira, o curso, perguntar-se por que a tarefa causa tanto desprazer, e, se for o caso, mudar", recomenda a psicóloga.
Interatividade
É possível vencer o desejo de deixar tudo para depois? Como?
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